Ivan na Ponte Preta: ídolo, herói ou vilão? Nenhuma das três opções. Um atleta de futebol profissional. É assim que deve ser tratado

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Falhas em jogos contra Vitória, Botafogo e Coritiba. É, a fase não é das melhores para o goleiro Ivan. Uma ducha de água fria para quem apostava na estabilidade no gol pontepretano quando ele foi colocado no lugar de Ygor Vinhas.

Interessante é que, nas ultimas horas, foi inaugurada uma operação de alivio na direção do goleiro. Motivo: por ser da casa e com saldo positivo em anos anteriores, ele deveria ser poupado. Passar um belo pano, como é dito na linguagem popular.

Afinal, ele tem crédito. Digo que isso é um equivoco e só produz prejuízos. Para a Ponte Preta e para o jogador.

É uma atitude paternal, maternal ou da maneira que você escolher. Não é semelhante ao ambiente exigido no futebol profissional.

Tentar amenizar o quadro e de certa forma, mesmo que indiretamente, aliviar a sua culpa não colabora em nada na busca dos motivos que levaram Ivan a essa fase de instabilidade. Técnico? Físico? Emocional. Se tudo ficar embaixo do tapete, os motivos não serão analisados e o torcedor que hoje lhe dirige carinhos infinitos pode mudar de ideia sem uma explicação convincente.

Nem é questão de ser cruel e sim de exercer profissionalismo.

Em último grau.

Ser profissional não é somente o momento da assinatura do contrato ou o recebimento do salário no dia 05.

Profissionalismo é encarar os erros, admiti-los, sentir as suas consequências e buscar o aprimoramento para que eles não se repitam. Postura madura.

Não é a primeira vez que o torcedor pontepretano tem atitude condescendente com seus ídolos. E que recebe respaldo por parte da imprensa esportiva local. Erro.

Faço uma pergunta: será que esse carinho excessivo, essa ânsia de “esquecer” os erros cometidos no gramado não impede o progresso técnico do jogador ? Criar um ambiente confortável, sem incômodo não produz, mesmo que indiretamente, uma acomodação para aqueles que a torcida deseja como condutores de vitórias e títulos?

Fica a reflexão.

(Elias Aredes Junior- com foto de Álvaro Junior-Pontepress)