Ponte Preta: a caminhada não terminou na Série B. O ufanismo não pode prevalecer

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A vitória da Ponte Preta sobre o Tombense colocou em marcha uma operação para tratar o triunfo maior do que ele é. Infelizmente o sofrimento não acabou. É preciso alertar o torcedor pontepretano que muita água vai rolar. Muitas variações estão disponíveis. E não podem ser desprezadas.

O gol de Elvis, a falha do goleiro Felipe Garcia e os três pontos na sacola não podem servir para apagar os erros e equívocos das 35 rodadas anteriores. A campanha da Ponte Preta continua horrível e decepcionante. O desempenho está aquém das tradições de um clube com seu perfil.

O quadro está longe de ser definido. Sim, a Macaca está fora da zona do rebaixamento, mas tem um jogo perigosíssimo contra o Juventude e um confronto decisivo contra o CRB na rodada derradeira. E o desempenho da Ponte Preta no Majestoso não inspira confiança. Ou alguém ficou satisfeito com a Ponte Preta na derrota contra o Avaí? Ou existiu produção satisfatória contra o Atlético Goianiense? Nada disso.

O duelo contra o Juventude será tenso pela necessidade do adversário de buscar o acesso. O encontro contra o time do CRB será um calvário devido a incompetência da Ponte Preta para jogar dentro dos seus domínios. Fato: nada está definido.

Além do quadro delicado no gramado, alguns torcedores abraçaram com força a alienação. Querem impedir critícas e reclamações. São anti democráticos. Esse torcedor da Ponte Preta se comporta como uma criança birrenta que está sem a chupeta porque encontra-se na mão da mãe ou do pai.

Que ninguém duvide: é possível sim ser racional, criticar a diretoria e ir para campo incentivar o seu time. Agora, se você considera salutar impedir que o outro encaminhe sua opinião eu digo: você pratica censura.

Se não bastasse tudo isso, existe a consequências destes fatos.

Quem deseja passar pano ou impedir a livre reflexão beneficia e absolve a atual diretoria dos seus erros. Isenta-os dos erros de contratações e da maneira como os técnicos foram demitidos. Absolver e transformar dirigentes em vitima é tudo que a Ponte Preta não precisa. As gestões anteriores são culpadas? Sim. Mas a atual Diretoria Executiva tem sua parcela de culpa. E não pode ser ignorada. 

Nada é pior também do que a autossuficiência. Torcedores vão dizer que dirigentes pontepretanos estão corretos quando fazem auto promoção ou se anunciam como entendidos de futebol. Mas quem deve falar são os outros, não o protagonista do processo. Ponto.

Existem outras prioridades. Como a necessária mobilização para as duas partidas finais contra o Juventude e CRB. Não dá para enfraquecer a mobilização. Tem muita coisa em jogo.

Jogo que, aliás, apresentou evolução. Coincidência ou não e de maneira inteligente, Brigatti adiantou a marcação. Ganhou espaço e dificultou as ações do oponente. Assim como fazia Hélio dos Anjos. Foi merecidamente premiado com a vitória. Caso tal estratégia fosse aplicada em outros jogos, talvez a Alvinegra não estaria no atual estágio de sofrimento.

Fato é que a caminhada é longa. E a Macaca não pode arredar o pé. Permanecer na Série B é fundamental.

(Elias Aredes Junior-com foto de Pontepress-Arquivo)