Ponte Preta realiza mudanças nas categorias de base, privilegia o trabalho prático e deixa a Ciência do Esporte como coadjuvante

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Penso que a democracia é o espaço ideal para a troca de ideias, argumentos e busca do bem comum. Sem violências, seja no campo fisico e verbal. Penso em tal conceito ao observar que a Ponte Preta anunciou nesta segunda-feira uma reformulação nas categorias de base.

 Os técnicos Eduardo Abdo, que assumiu o comando do SUB20 no ano passado, assim como o treinador Eberson Serralheiro, que estava no comando do SUB17, deixaram os quadros pontepretanos.

Direito pleno e total da nova diretoria em adotar tal medida. Se os resultados não eram satisfatórios e a qualidade dos jogadores revelados não estava á altura da história da Ponte Preta, a mudança é natural. Ou necessária. O verbo fica a seu critério.

 Agora, temos todo o direito de analisar as mensagens emitidas pelo perfil dos profissionais que devem ser arregimentados. Para o Sub20, o contratado deve ser Edson “Abobrão” Boaro, que iniciou carreira em 1998 no comando da Lemense e passou por times como Noroeste, Francana e São Bernardo.

 Para o Sub17, o escolhido deverá ser Grizzo, artificie e protagonista do acesso a Série B em 1997. Tem experiência como técnico pois comandou equipes como o Imbituda e o Hercílio Luz. Foi auxiliar técnico do Criciúma em duas ocasiões diferentes, de 2007 a 2008, e novamente em 2016.

 Apesar do currículo robusto, não dá para fugir da constatação: a nova administração da Macaca vai privilegiar ex-jogadores nas categorias de base, com experiência. Uso da ciência, do conhecimento acadêmico? Não se sabe. Mas podemos chegar a conclusão de que será coadjuvante. 

Sim, sabemos que o presidente Marco Antonio Eberlin já disse em entrevistas coletivas que o ideal seria a junção da experiência prática com o conhecimento cientifico.

 Este é o típico caso em que os resultados darão o veredito.

Se vencer, conquistar troféus e revelar jogadores, evidentemente que muitos adeptos do “negacionismo do conhecimento cientifico do futebol” vão ganhar força e certamente talvez nem tenham mais ânimo e sonho de trabalhar na Macaca. Os ex-jogadores e o conhecimento prático irá prevalecer.

 Caso os resultados negativos apareçam, a onda voltará com força. Não existirá meio termo. Que os dois profissionais tenham sorte, assim como a própria Ponte Preta.

 (Elias Aredes Junior-com foto de Divulgação)