Torcidas Organizadas entram na vida política da Ponte Preta. E isto não é uma notícia ruim

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Vamos começar do inicio. Este jornalista nunca pisou em sede de Torcida Organizada, nunca foi filiado a nenhuma torcida e não criminaliza este contingente da sociedade.

Compreendo que é a ultima porta de entrada para que o torcedor pobre tenha contato com o futebol. Carregar bandeiras, instrumentos, entoar cânticos de incentivos e acompanhar o clube em todos os lugares são tarefas executadas por tais comunidades.

Tem atos e torcedores violentos? Tem. Vidas já foram perdidas em brigas infundadas? Não há dúvida. Só que não há como ignorar esta turma sustenta a indústria do futebol, dia e noite, noite e dia.

Faço esta introdução para dissecar algo real na Ponte Preta: a participação da Torcida Organizada na vida política do clube. E isso não é uma má notícia. Pelo contrário.

Mesmo clubes de linhagem popular como a Ponte Preta sempre sofreram pelo distanciamento que tinham das camadas populares. Eram grupos fechados e voltados a elite.

A presença das torcidas organizadas como integrantes do processo político faz com que os integrantes da Diretoria Executiva tenham mais subsídios para tomarem suas decisões. Sentem o “pulso” da torcida até para que não se esqueça o perfil e as devidas características da camisa pelo qual é apaixonada.

Podem ocorrer excessos? Pode.

Ás vezes podem pecar por não entenderem o funcionamento do clube e de suas instâncias de decisão? Evidente que sim.

E adendo: entendo perfeitamente o sentimento de repulsa de torcedores e adeptos da chapa DNA Pontepretano em virtude de tudo aquilo que foi vivido no dia da eleição. Os responsáveis pelas ameaças devem ser descobertos e punidos. Exemplarmente. Mas o comportamento inadequado – e delinquente- de meia dúzia não pode apagar a boa intenção de uma maioria. Entretanto, entenderei quem tiver pensamento diferente.

A Ponte Preta é um plural. Está na sua história. Aceita a tudo e todos. Nada mais coerente do que algo genuinamente popular ter participação efetiva. Que isso seja melhorado. Dia após dia.

(Elias Aredes Junior-Com foto de Diego Almeida-Pontepress)