A saida de Abner foi um bom negócio para os cofres pontepretanos? Sim. Mas trouxe consequências. Confira

0
1.777 views

O lateral-esquerdo Abner pagou sua rescisão contratual e está no Athletico Paranaense. A Ponte Preta arrecadou R$ 10 milhões. O suficiente para ajudar no pagamento dos salários até o final da temporada.

Adoto tal premissa por considerar que a folha de pagamento do departamento de futebol caiu de R$ 1,4 milhão para R$ 850 mil. Se levarmos estas informações em consideração, foi um super negócio. Em contrapartida, devemos também recolher os danos da atitude do staff do atleta.

Perder Abner para o Furacão representou a perda de oportunidade de realizar bons negócios com o futebol europeu. Sem intermediários. Basta dizer que Borussia Dortmund e Milan já monitoravam o jogador e encaminhariam uma proposta. Não, não há como fazer tudo de imediato.

Clubes europeus estudam o potencial do atleta, pesam prós e contras e só depois é que decidem se vale a pena o investimento. Então, a demora era justificada. Guardadas as devidas proporções, Everton Cebolinha, destaque da Copa América, só agora começa a receber propostas concretas.

E porque seria importante fazer um negócio diretamente com o continente europeu? Para que a diretoria não caísse no erro cometido na negociação com o lateral-direito Emerson, quando fez a transferência ao Atlético Mineiro e depois teve que sofrer um bocado para fazer valer os seus direitos. Mais: grandes potências poderiam em médio e longo prazo considerar a Macaca uma bela fonte de atletas. Não é algo para se desprezar.

O negócio teve consequências políticas. O depósito só foi realizado porque Ponte Preta e Athletico Paranaense estão com relações estremecidas. Pior:rompimento virtual com Mário Celso Petraglia, influente no futebol nacional. Ou seja, daqui para frente, se depender do Furacão Paranaense para resolver algumas pendências, o quadro ficará mais difícil, pois este apoio deve ser descartado.

Engolir sapo? Restabelecer o diálogo? Pois é. Tem horas que é preciso deixar o orgulho de lado e pensar na instituição.

Se o diálogo fosse normal, certamente a conversa seria em outro tom. E provavelmente aquilo que todos consideram um bom negócio seria ainda melhor.

(Elias Aredes Junior)