Análise: As lições deixadas pelo Novorizontino e que não podem ser esquecidas pelo Guarani

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Taticamente Thiago Carpini faz bom trabalho no Guarani. Seu time é compacto para defender e quando tem a bola nos pés busca envolver o oponente.

Encontrou no lateral-esquerdo Bidu uma válvula de escape interessante na criação, especialmente Lucas Abreu faz o trabalho de cobertura. Também é impossível ignorar a volúpia de Junior Todinho, que tenta ultrapassar os oponentes com sua força e velocidade.

Tal cenário não exclui as dificuldades em campo. Seja por querer sustentar o astral do grupo ou evitar uma narrativa negativa, Carpini escorregou na entrevista de sábado. “Não vou entrar nesse mérito, mas Santo André, Novorizontino… muitas equipes abrem mão de jogar, e o medo de perder tira a vontade de ganhar. São conceitos, propostas, respeito todas elas. Talvez seja uma explicação de um futebol brasileiro tão pragmático. Não sou dono da verdade, mas tenho minha maneira de trabalhar. A gente tentou jogar futebol, vai continuar nessa linha”, disse.

Em resumo: disse que somente uma equipe jogou futebol. E está equivocado na análise. Dentro da sua proposta, o Novorizontino fez uma partida interessante. Na etapa inicial, ao tentar coordenar as jogadas a partir de João Pedro e valorizar ao máximo a posse de bola. E na etapa final ao instituir uma marcação que tentava forçar o erro dos jogadores bugrinos criava oportunidades reais de gol. Ou foi ilusão de ótica as duas defesas feitas por Jefferson Paulino?

Fato é que o Guarani encarou uma equipe bem treinada. Assim como foi o Mirassol. Ao invés de criar um cenário defensivista (que não existiu!) Carpini deveria pegar o VT do jogo e pesquisar as lacunas deixadas por seu sistema. Que é bom. Mas não é infalível.

(Elias Aredes Junior- foto de David Oliveira-Guaranipress)