As dificuldades para que os clubes de Campinas tenham posicionamento institucional no atual momento do Brasil

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Torcedores de Ponte Preta e Guarani fizeram símbolos e memes para se colocarem contra o fascismo. Encontraram resistência em grupos de discussão de torcedores dos seus próprios times. E pediram uma manifestação por parte das diretorias dos dois clubes.

Neste caso específico, o buraco é mais embaixo. É preciso contextualizar a discussão e compreender os motivos que levam a uma única conclusão: os torcedores podem e devem realizar manifestações políticas. O clube não. Pelo menos por enquanto.

Tanto as diretorias de Ponte Preta e Guarani são representações de diversas correntes políticas e de pensamento. Tanto de direita como progressistas. Assim como os seus respectivos Conselhos Deliberativos. Um reflexo da sociedade plural em que vivemos.

Digamos que fosse emitida uma declaração contra o fascismo por um dos dois presidentes. Que os clubes se colocassem contra o atual governo federal e o clima reinante. Não seria uma posição autoritária diante do fato de que o Conselho Deliberativo não foi consultado? E vou além: uma petição será aprovada? Não melindraria algum potencial eleitoral ou até componente da diretoria? Tenho certeza.

Os dois clubes enquanto instituições devem se posicionar de modo imediato em relação a temas que são demandas da sociedade, independente de sua coloração ideológica: machismo, homofobia, racismo, desigualdade de renda, entre outros temas.

Esse pedido tem incutido algo mais complexo: que a instituição tenha um lado. E quem conhece os bastidores e o pensamento dos atuais dirigentes sabe que isso dificilmente vai sair do papel.

(Elias Aredes Junior)