Se uma equipe encontra-se na ponta de uma competição, a teoria normal é acreditar que a perfeição existe. Nem que seja por um instante, mas está. O Guarani é esquisito. É um líder diferente, de “vanguarda”. Porque lidera a Série B do Brasileirão e ainda tem diversas falhas a serem consertadas, independente de formação tática e de escalação para as próximas rodadas.
A troca de passes ainda é insuficiente. Como o técnico Oswaldo Alvarez é um profissional que gosta de valorizar a posse de bola, o erro de passe involuntariamente gera uma situação de gol ao adversário, sem contar o posicionamento desprevenido e que expõe os zagueiros. Uma equipe limitada como o Náutico teve oportunidades de ameaçar o gol bugrino porque a pressa e a afobação dos armadores produziam os erros.
É preciso aprimorar a cobertura no lateral-esquerdo Salomão. Coincidência ou não, os oponentes atacam por aquele setor e o garoto fica isolado e sem saída ao setor ofensivo. Pior: fica encurralado e os companheiros não auxiliam no tempo devido. Tanto Auremir como Evandro ou o volante de plantão devem ficar mais atentos.
E a bola parada? Uma batida bem executada de escanteio assegurou o triunfo sobre o Paraná. O Guarani tem um batedor exímio. Fumagalli é o seu nome. Só que ele precisa ajudar. Diante do Náutico, o camisa 10 bugrino insistiu na cobrança fechada e que em determinado instante não surtiu mais efeito diante da esperteza de Tiago Cardoso. Com o talento que tem para bater na bola, Fumagalli oferece diversas saídas. Jogadas deveriam ser treinadas ou apenas rolar a bola e continuar o jogo, o que fazem muitas equipes.
Escalar alguém confiável e regular pelo lado esquerdo tem sido um desafio. Começou na Série A-2 do Paulistão quando Uederson mais gerou calafrios do que suspiros. Mesma sensação gerada por Claudinho. Parecia que a sina terminaria com Samúdio, mas empacou na irregularidade. Por que tal quadro é importante? Para evitar que Bruno Nazário e Fumagalli virem “pedras cantadas” e que por vezes Eliandro sofra com a falta de companhia.
Para encerrar o rebote. O Guarani tem um comportamento estranho neste quesito, pois o oponente por vezes abre caminho para a segunda bola e o chute de média e longa distância e ninguém aproveita. Opa! Quase todos: Luiz Fernando foge a exceção e solta o pé.
Não podemos ignorar ainda a tarefa a cargo da diretoria para encontrar um jogador capaz de fazer as jogadas de velocidade pelos lados do campo. Alguém pronto para desafogar e buscar a linha de fundo e oferecer a conclusão. Pense no papel do atacante Fabinho em 2009 e 2012 e saberá do que falo.
Para variar, você deve encontrar-se bronqueado. Queria um texto elogioso. Nada disso. A busca da perfeição é o combustível daqueles em busca do topo. Que o Guarani não perca tal conceito de vista.
(analise feita por Elias Aredes Junior)
Bronqueado? Não, acho que nenhum torcedor ficará bronqueado e, posso estar enganado, mas acho que depois das críticas você, Elias, tenha conseguido conciliar o tom nas críticas. Todo torcedor bugrino, de fato, sabe que o time é limitado, e tem defeitos. Mas, nesta Série B a maioria dos times estão nivelados. Mas é um time que não se entrega, e isto hoje faz uma enorme diferença. E, convenhamos, é bem melhor o Guarani ir buscando aperfeiçoar-se estando em primeiro do que lá do meio para baixo na tabela, não é mesmo?
Elias, concordo perfeitamente com sua análise. O Guarani lidera a competição, mas realmente tem muitos pontos a melhorar.
É importante sempre ter em mente dois fatores: os outros times estão se qualificando; e o Guarani tornou-se um time visado, por estar na liderança; por isso, a competição ficará cada vez mais difícil para nós.