É melhor ser “viúva” do que ser órfão de Pelé. Por Thiago Varella

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Tenho saudades de ser viúva do Pelé. É melhor do que ser órfão dele. Ser santista é ser súdito de Pelé.
Um Rei sem sucessor.
A gente sabe que só existimos como santistas porque, um dia, Pelé vestiu a camisa do Peixe.
Por isso, a morte de Pelé é também a perda de parte da identidade de qualquer santista. Nasci anos depois da aposentadoria de Pelé, mas, assim mesmo, ele era o ídolo da minha infância.
Numa década de 90 carente de ídolos e de bom futebol, ser santista era ser viúva de Pelé. E dava um orgulho danado saber ter o Rei como craque maior do time.
É estranho para mim, como santista, ver palmeirense escolher o time pela ascendência italiana, são-paulino por causa de título ou corintiano porque tem apelo popular. Santista só é santista porque Pelé vestiu a 10 do Santos. Talvez seja o único caso em que um jogador é maior do que o time.
Veja meu caso. Nasci em 1984 e, numa primeira análise, sou santista porque meu pai também é. E ele é santista porque o pai dele também era. E meu avô era santista porque trabalhava na estrada de ferro e via o Santos do Pelé nas horas de folga. Então, claro, sou santista por causa de Pelé.
Apenas isso seria motivo para ser grato.
Pelé, obrigado por ter jogado no Santos.
Obrigado por ter virado Rei no Santos.
Obrigado. Obrigado. Obrigado.
Te amo.
Estou de luto vestindo o branco do Santos.
Serei santista sempre.
E sempre por sua causa.
Viva Pelé.
Viva o Santos.
(Artigo de autoria de Thiago Varella- foto de Paulo Pinto- Thiago Varella)