Reconheço as dificuldades vividas pelos jogadores e comissões técnicas no início da temporada. Tempo escasso de treinamento, risco de contusões e a exigência imediata de resultados transforma o mês de janeiro em uma autêntica panela de pressão.
Junte-se a isso um tropeço na rodada inicial e o desespero pode ser instalado em um piscar de olhos. Coloco tudo isso na bandeja ao analisar o empate sem gols da Ponte Preta com a Ferroviária na Arena Fonte Luminosa.
Duro não é a Ponte Preta jogar mal. Não me preocupa a perna pesada de Luis Ricardo ou a falta de fôlego de alguns atletas. Isso é consertado com o passar do tempo e a atividade da comissão técnica. A preocupação central é a inexistência de uma ideia consistente de jogo ou um esboço que seja. Alguns mecanismos fundamentais estão ausentes.
Para começar a Ponte Preta é um time reativo ou que toma iniciativa?E os laterais são ofensivos ou precisam focar na marcação? E a bola? Tem que ser trabalhada no meio-campo ou a decisão é pela clássica ligação direta? O que esperar Matheus Vargas? Um jogador capaz de ficar próximo dos atacantes ou alguém mais focado na cadência das jogadas? Sinceramente não sei responder.
Criou chances? Verdade. Mas fruto muito mais dos erros de passes e defensivos da Ferroviária do que pela capacidade de criação ou de jogadas ensaiadas. Talvez o único ponto bem encaixado é o posicionamento na cobrança de escanteio, seja na parte ofensiva ou defensiva. Convenhamos: é pouco. Especialmente se recordamos a pressão empreendida pela anfitriã nos minutos finais e com a Ponte Preta quase sem exibir uma saída de bola convincente para desafogar.
Vou repetir: não exijo de Mazola Junior um time entrosado e contundente na segunda rodada. Impossível. Seria uma leviandade cobrar tal característica. Mas um esboço, uma ideia daquilo que podemos esperar para o restante do ano seriam bem vindo. Que apareça contra o Corinthians o que todos nós desejamos. (Análise de Elias Aredes Junior)
FICHA DO JOGO
FERROVIÁRIA
Tadeu; Diogo Mateus, Elton, Rayan e Arthur; PH, Fellipe Mateus, Felipe Ferreira (Diego Gonçalves) e Tony (Higor Meritão); Maurinho e Lúcio Flávio (Uilliam).Técnico: Vinícius Munhoz.
PONTE PRETA
Ivan;Luis Ricardo, Reginaldo, Renan Fonseca e Giovanni; Nathan, André Castro, Matheus Vargas (Tiago Real) e Gerson Magrão (Matheus Oliveira); Hugo Cabral (Dudu)e Thalles.Técnico: Mazola Júnior.
Gols:
Renda:
Público:
Cartões Amarelos: Luis Ricardo, Reginaldo, Thalles
Cartões Vermelhos:
Juiz: Leandro Bizzio Marinho
Local: Arena Fonte Luminosa, em Araraquara
Dizer o quê??? Fora o que o Elias já comentou, complemento dizendo que a torcida da Ponte não deve se iludir com falsas expectativas, sejam elas criadas pela diretoria, comissão técnica ou até mesmo por parte da imprensa, de que este time da Ponte vai dar show, vai humilhar o rival no dérbi, vai jogar em busca do título, etc…
O time vai jogar primeiro pra não ser rebaixado e segundo pra não perder o dérbi, se conseguir ambos objetivos melhor ainda. Aliás não perder o dérbi é a única alegria dos torcedores dos times de Campinas há muito tempo.
Pra não variar, já deu pra todos perceberem que o elenco e a comissão técnica são limitados tecnicamente, trocaram 6 por meia dúzia em relação ao que se tinha ano passado. Agora eu pergunto se for pra contratar jogador como essas que estão no elenco atual, porque então venderam as promessas da base por dinheiro de chiclete? Será que os jogadores da base seriam tecnicamente muito inferiores a esses que aí estão e que se gastou para serem contratados?