Guarani, Osmar Loss e a comprovação: o dérbi não é um jogo qualquer. Por Klayton Vendemiatto

3
1.729 views

Existem frases no futebol, sobretudo em clássicos, mais ainda em dérbis, que já se tornaram verdadeiros clichês. Jogo da vida, jogo do ano, final de campeonato.

Atitudes também são comuns: estratégias de treinos fechados, escalações guardadas a sete chaves e aquele reforço de última hora que saiu do departamento médico também compõem o leque de notícias que antecedem o confronto.

E foi justamente esse o erro do Guarani. Distanciou-se da torcida, isolou-se em concentração, montou exatamente o mesmo esquema que utiliza desde o princípio do campeonato e que, conforme dito por Jorginho em sua coletiva pós jogo foi amplamente estudado no jogo contra o Ituano.

O Guarani tratou o dérbi justamente da única forma como não deve ser tratado: apenas mais um jogo dentro do campeonato.

O dérbi é um jogo para ser vivido. um jogo para ser sentido. Para se ter presente na mente o que o torcedor espera de um jogo como esse.

Osmar Loss ignorou todos esses aspectos. Convicto, manteve um esquema tático que até então não agradava a torcida, a imprensa e todos que acompanham futebol. Em nenhum momento foi capaz de criar situações táticas diferentes que pudessem alterar um cenário durante a partida. Resultado: o adversário sabia exatamente como Guarani se apresentaria e mais: sabia exatamente como neutralizar essas ações.

Distanciou o time da torcida justamente quando a equipe mais precisava da proximidade com quem poderia injetar ânimo e fazer com que entrassem no espírito do dérbi.

Não “pilhou” os jogadores, para entenderem que o jogo merecia uma dose extra de vontade que superasse muitas vezes o plano tático.

Osmar Loss e os jogadores do Guarani entraram em campo como entrar em qualquer outro jogo do campeonato. E ignoraram que o dérbi não é apenas mais um jogo.

O resultado foi o que se viu em campo, no placar e no pós jogo. Um time sem vibração, emocionalmente instável, com um placar dilatado e indo ao mercado buscar um novo comandante.

Talvez ao Guarani fosse necessário fazer o que as grandes empresa fazem. Aos jogadores e, principalmente o novo treinador que chegará, um processo de integração muito bem feito. Mostrando o que é o Guarani, qual o seu DNA e o que significa o dérbi campineiro.

o Guarani comprovou: o dérbi não é um jogo qualquer. E comprovou da maneira mais amarga possível.

(artigo escrito por Klayton Vendemiatto-Especial para o Só Dérbi)

3 Comentários

  1. Infelizmente devido a incompetência de seus dirigentes, não perder o dérbi já proporciona uma grande alegria pros torcedores das equipes campineiras, vencer então é entrar em estado de transe.

    Acabado o efeito psicótico do dérbi, as torcidas da Ponte e Guarani devem por os pés na realidade e cobrarem de suas diretorias pela eliminação no fraquíssimo paulistinha pelas fortíssimas equipes do Red Bull e Novohorizontino. Diversos erros de montagem de elenco e comissão técnica foram cometidos e, pra não variar, vão tentar terceirizar as besteiras.

    Se forem inteligentes, as equipes campineiras devem esquecer esse torneio de consolação que é o torneiro do interior e se focarem 24/7 na Série B, erros semelhante aos do paulistinha podem facilmente resultar num rebaixamento.