Há uma semana no Guarani, Fernando Diniz ainda busca autonomia na montagem do elenco

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Fernando Diniz foi contratado há exatamente uma semana para comandar o Guarani em 2018. Será o sétimo clube que ele vai treinar. Passou por Botafogo, Paulista, Sorocaba, Paraná, Oeste e Osasco/Audax. O melhor trabalho foi no Audax no vice do Paulistão em 2016, mas um ano depois foi rebaixado na Série A1 e desligado do time osasquense. Ficou seis meses parado e assumiu o Bugre com a expectativa de se firmar no mercado.

Diniz pediu um contrato com garantias de que não será demitido, em caso de fracasso no Campeonato Paulista, mas o histórico imediatista da gestão de Palmeron é contraditório. Só em 2017 foram cinco treinadores: Ney da Matta, Maurício Barbieri, Vadão, Marcelo Cabo e Lisca. Diniz não pretende sofrer como Cabo, demitido após “apoio público” do presidente bugrino. A diretoria prometeu respaldar o treinador para impor seus métodos de trabalho. Resta saber se esse acordo será cumprido à risca, com a cultura resultadista do futebol brasileiro.

Durante a apresentação, o Guarani alegou que a contratação de Fernando Diniz foi feita para implantar uma filosofia moderna de trabalho. O presidente Palmeron afirmou que deseja um único treinador para 2018 com o trabalho sendo mantido entre Paulistão e Série B. Ao mesmo tempo, os pedidos de reforços de Diniz não estão sendo atendidos, e o tempo para desenvolver sua filosofia está ficando reduzido.

Nomes ventilados nos últimos dias como os volantes Fahel e Helder, além dos atacantes Erik e Francis, não foram solicitações da comissão técnica. Os jogadores não se encaixam no que o atual treinador acha ser o ideal. Mesmo na Série A2, Dinox deseja muito toque de bola, velocidade e movimentação. Jogadores da confiança do comandante como o zagueiro Velicka e Bruno Silva, que estavam à disposição no mercado, não foram procurados e acertaram com a Ferroviária. Outros atortas como o goleiro Felipe Alves e o atacante Burno Paulo também não avançam. A prioridade está voltada para atletas indicados por diretores.

Após uma semana sem sucesso nas transações, Fernando Diniz segue em busca de autonomia. E precisará lutar contra a condição atual no Brinco de Ouro. Só terá serventia, se puder implantar o que ele acha ideal. Se aceitar ser um coadjuvante, acatando todas as determinações do presidente, vai se desgastar e sairá. O treinador corre contra o relógio. Aliás, tempo será outro grande obstáculo. A equipe estreia na Série A2 no dia 17 de janeiro, contra o Oeste, em Barueri.

PS: A diretoria do Guarani nos procurou para reafirmar que os pedidos do treinador estão alinhados com os contatos feitos no mercado da bola, inclusive que os nomes de Fahel, Helder e Erik receberam respaldo de Fernando Diniz. A versão do clube foi registrada 1h depois da publicação da matéria.

(Texto de Júlio Nascimento/foto: Gabriel Ferrari-GuaraniPress)