Hélio dos Anjos e Ponte Preta: competência é salutar. Mas sintonia é fundamental!

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Sou adepto do trabalho comunitário e participativo. Em todas as áreas. Inclusive no futebol. Mas toda regra tem sua exceção. E em relação a escolha do treinador cheguei a conclusão que não basta o profissional ser competente. É essencial o profissional ficar sintonizado com aquilo que pensa a direção do clube.

Faço este preâmbulo para dizer algo óbvio e necessário: a Ponte Preta caiu na Série A-2 porque não trocou o treinador antes do começo da competição. Sim, como disse o próprio Marco Antonio Eberlin em entrevista a Rádio Brasil Campinas, esta era uma medida que não dava para saber antes. Mas os fatos atuais concedem  respostas.

Veja. Aqui não estamos afirmando que Gilson Kleina é incompetente. Nada disso. É um técnico aglutinador, estudioso, dedicado, competente e com muitos resultados relevantes na carreira. Conseguiu um acesso com a própria Ponte Preta em 2011 e fez bons trabalhos na Chapecoense e no Palmeiras fez o que era preciso para recolocar o clube na primeira divisão.

Isto não quer dizer que o entrosamento da atual direção com Gilson Kleina era natural. Não foi. Mas aqui não se afirma que houve qualquer tipo de divergência. Pelo contrário. Mas Eberlin não era da turma de Kleina. A turma do ex-treinador pontepretano era Alarcon Pacheco, David Martins e Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho.

Eram tais pessoas que tinham pensamentos de futebol muito próximos de Gilson Kleina. E isso produziu a manutenção na Série B. Veio o Paulistão e algo sempre parecia fora de ordem. Sim, porque Kleina fazia um esforço para ficar próximo de Marco Antônio Eberlin e a recíproca era verdadeira. Não era natural, orgânico. Faltava algo.

Com Hélio dos Anjos, as informações que eu tenho é que o relacionamento transcorre de uma maneira natural, com troca de ideias e plena confiança da diretoria em relação ao comandante do banco de reservas. Um dos motivos é que os conceitos de futebol de Hélio dos Anjos são próximos daquilo que pensa Eberlin. Especialmente na mistura do antigo como o novo, personificado no filho e auxiliar do treinador.

Lição que fica: às vezes ser competente não basta. É preciso existir sintonia.

(Elias Aredes Junior-com foto de Diego Almeida-Pontepress)