João Brigatti, um trabalhador que usa sua paixão para o bem da Ponte Preta

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Existem momentos que precisamos de talento. Em outros contextos da vida necessitamos de fibra. Para suportar os obstáculos e administrar nossas próprias debilidades. Conceitos e caracteristicas definem nosso destino.

Determinam nossas escolhas.

A primeira vista, um conceituado profissional não alcança os degraus mais alto pelo simples fato de que não tem dentro de si alguns conceitos por vezes subjetivos, mas que são essenciais para determinar o recebimento de respeito, empatia, afeto ou reconhecimento.

Na fase boa ou na ruim eu teria mil linhas para descrever as virtudes e defeitos de João Brigatti. Demora em algumas substituições, troca constante de time titular e as vezes, um exagero para descrever fatos e situações ocorridos durante as entrevistas coletivas. Registre-se: não são falhas graves e sim ingredientes de um ser humano que tenta acertar, assim como eu ou você.

João Brigatti saiu de Campinas para ser treinador de futebol. Foi, viu e venceu. Trabalhou em diversos centros do país, celebrou acessos e  encarou as decepções do mundo da bola.

Quando volta ao estádio Moisés Lucarelli é como deitar na cama que exala carinho. Ou tomar um banho no chuveiro de casa. Tudo é conhecido. Quando as criticas aparecem, tenho certeza de que a dor é maior. Não existe coisa pior do que ser censurado pela sua família. Sim, porque João Brigatti é, antes de tudo, um torcedor apaixonado da Ponte Preta.

Independente de vitória, derrota ou cumprimento dos objetivos, existe uma qualidade em Brigatti que jamais será tirada de si.

Observar o trabalho de Brigatti a beira do gramado é testemunhar a entrega, a dedicação e a voluntariedade de alguém que considera aquele momento como o ultimo de sua vida. É atestar por vezes, o sentimento puro e genuíno de alguém louco pelo futebol e pelo clube que dirige.

É de alguém que busca encarnar, de um jeito ou de outro, aquele pontepretano que senta na arquibancada com o dinheiro contado e cuja partida, seja qual for, é a última de sua vida. Brigatti trabalha por ele, lógico. Mas ele sabe quem representa.

Claro, um estalar de dedos e este texto pode perder o sentido. Um sequência de derrotas e as criticas retornam. E todos passam a achar que trocar de técnico é a solução. Algo, no entanto, é imutável: o amor e a obstinação de Brigatti de querer o melhor para a Ponte Preta. Se for pelas suas mãos, melhor ainda.

É gente assim, com virtudes, defeitos, tropeços, vitórias e conquistas que faz o futebol valer a pena e ser acompanhado. Brigatti é do bem. Sorte da Ponte Preta. Uma benção ao futebol.

(Elias Aredes Junior-Com foto de Marcos Ribolli-Pontepress)