Presidente da Ponte Preta até 2015, o empresário Márcio Della Volpe foi expulso do quadro dos associados do clube e está inelegivel por oito anos e não poderá participar de qualquer pleito eleitoral. A notificação foi assinada por todos os integrantes da diretoria executiva, exceto pelo presidente Vanderlei Pereira, considerado como testemunha do processo.
Antes de tomar a decisão, o clube instaurou um inquérito administrativo para investigar condutas do ex-presidente Márcio Della Volpe, que ficou no cargo de 2011 a 2014. Responsável pelo time vice-campeão da Copa Sul-Americana de 2013 e pelo elenco que obteve o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro no ano passado, o dirigente teve colocados sob suspeita contratos em que apenas sua assinatura estaria presente, o que contraria o estatuto do clube, que determina também a assinatura do diretor financeiro.
Esses contratos, cujos valores não foram divulgados, são considerados “extracontábeis”. No entanto, como levavam o timbre da Ponte Preta, são débitos que precisam ser quitados, de acordo com os dirigentes. Caso algum desvio seja comprovado, a diretoria não descartava a possíbilidade de buscar ressarcimento de Justiça.
Na época da denuncia, irregularidades ajudaram a piorar o quadro financeiro da Ponte Preta. Um exemplo dado pelos dirigentes pontepretanos foi a venda do volante Alef ao Braga, de Portugal. Do valor de R$ 5 milhões apurado, a Macaca ficará com 55% (ou R$ 2,8 milhões), quantia que será utilizada para pagar um débito da administração passada, no total de R$ 3 milhões, segundo o dirigente. O ex-presidente não foi encontrado pela reportagem do Só Dérbi para falar sobre o assunto. A diretoria da Ponte Preta afirmou, por intermédio da assessoria, que por enquanto não vai se manifestar sobre o ocorrido. Caso Della Volpe dê alguma declaração, o clube irá se manifestar.
(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)
