Neutralidade na eleição: confortável para o Renova; péssimo para o processo político no Guarani

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Em comunicado divulgado em suas redes sociais, o grupo político Renova Guarani decidiu optar pela neutralidade nas eleições. Justificam que na atualidade não há recursos para realizar os investimentos necessários e que diante disso o clube corre o risco de viver um novo período difícil. O texto afirma que “sem parceria e cogestão tudo é fantasia e engodo”.

Todo grupo político pode e deve tomar posicionamentos. Ou não tomar nenhum. Legitimo. E sem nenhum viés de ironia digo que o posicionamento tomado pelo Renova é coerente com sua conduta e comportamento político nas ultimas eleições. Fato. E deve ser respeitado.

Ao aconselhar a neutralidade e na prática liberar os componentes a melhor decisão, o Renova cai em uma armadilha: os indivíduos que fazem parte do grupo terão uma postura. Digamos que ao checarmos o balanço das eleições verificarmos que em sua maioria a decisão pessoal de cada um dos indivíduos do Renova foi de apoiar chapa A ou B. Como fica a situação da instituição Renova Guarani? Como crer que a neutralidade surtiu efeito? Porque neutralidade seria recomendar voto branco ou nulo. Não foi o que ocorreu.

O posicionamento deve ser respeitado. Na  atual conjuntura do Guarani o mais salutar seria o Renova adotar algo existente na política tradicional, que é o voto crítico.

O que seria? O grupo declararia que diante das duas propostas colocadas não existe nenhuma que satisfaça o grupo político mas que, diante da situação, escolhe-se A ou B e que a opção seria aquela que traria “danos menores” a instituição. E que no minuto seguinte a eleição o grupo será oposição se a chapa vencer. O Renova ganharia maior credibilidade e o próprio grupo que recebesse o apoio saberia de antemão que precisaria superar as próprias expectativas para ganhar o apoio efetivo do Renova.

Discordo quando o Renova coloca-se à disposição para colaborar com qualquer administração. É um caminho, mas o processo político transparente e dinâmico tem dois caminhos: situação e oposição.

E talvez a oposição bugrina tenha deixado a desejar nos últimos anos porque aquele grupo  que poderia exibir boas ideias e projetos para se contrapor a incompetência que reinou nos governos anteriores, no final das contas suas iniciativas (bem intencionadas, alíás) só serviram para colocar um remendo em algo que não tinha como dar certo. Se para o Renovar entrar na administração o caminho for o Guarani transformar-se em empresa, que os integrantes do Renova batalhem e pressionem os políticos da região para que os projetos em tramitação no Congresso vire realidade.

O fato é que o Renova e seus membros podem ser o fiel da balança da eleição. E a neutralidade pode até ser confortável para o Renova, mas no fundo traz desconforto ao processo político do Guarani.

(Elias Aredes Junior)