Ponte Preta: uma foto, muitas recordações e um tempo que não volta mais

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Neste período de quarentena em virtude da pandemia do coronavirus, aproveitarei  para realizar textos mais pessoais. E uma brecha foi aberta no final da manhã de hoje, quando Helena, casada com meu primo Junior, compartilhou comigo uma foto de meu tio Enoch, falecido em 2018.

Não era qualquer foto, como você verifica no lado desta página e na capa deste site. É uma imagem que registra os preparativos para mais uma caravana na Ponte Preta na década de 1960. (para quem não sabe, meu tio é o terceiro da esquerda para a direita)

A data? Não sei. O jogo? Desconheço. Os companheiros de viagem? Queria saber.

Independente da ausência de tais dados, minha imaginação foi em outra direção. Imaginei a semana de tensão para a preparação para a viagem. O trabalho do meu tio na banca de jornais juntamente com o noticiário da “Nega veia”.

O “Diário do Povo” de mão em mão, o boca a boca sobre as possibilidades da Macaca. Os comentários de Sérgio Salvucci para colocar esperança no torcedor pontepretano, que sintonizava a Rádio Brasil, Cultura e Educadora para acompanhar a saga pelo interior paulista. Duros tempos.

Não sei se a Ponte Preta venceu, empatou ou perdeu o jogo. Só tenho convicção que meu tio, na vivência da juventude dos anos 1960, voltava para casa e renovava a esperança de dias melhores e lances memoráveis.

E para vivenciar tudo isso, valia qualquer esforço. Inclusive a de atravessar as rodovias do estado de São Paulo. Bons tempos. Que não voltam mais.

(Elias Aredes Junior- foto arquivo pessoal de Enoch Aredes Junior, Romilda Aredes e Helena Aredes)