Por que jogadores e técnicos fracassam no Guarani e triunfam em outros locais?

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O Guarani busca jogadores para a Série C do Campeonato Brasileiro. Quer um elenco qualificado e tarimbado para a competição. Decisão correta, sensata e ponderada. Não há mais tempo a perder. No entanto, os fatos atropelam e jogam a verdade de modo ácido. Atletas que anteriormente chegaram consagrados no Alviverde saíram pela porta dos fundos e imediatamente obtiveram a consagração em outras agremiações.

O Santos eliminou o São Bento, mas o oponente saiu de cabeça erguida. Fez uma campanha de qualidade, com bons jogadores e esquema qualificado. Mas espere! Quem está no São Bento? Você olha no banco de reservas e depara-se com Paulo Roberto, arregimentado como salvador da pátria no ano passado e que fracassou na terceirona nacional. Observe o gramado e veja Pitty, Anderson Cavalo…gente que anteriormente vestiu a camisa do Guarani.

No Allianz Parque, o Palmeiras obteve sua classificação. Teve dificuldades diante de um São Bernardo aguerrido e destemido. Pare, pense e observe a movimentação de Henan. Maior artilheiro da história do Red Bull, atuou por 9 vezes no Guarani em 2013, fez apenas um gol e esquecido no minuto seguinte.

Tudo isso aconteceu com Henan no período que abrigou o técnico Tarcisio Pugliese, submetido a um massacre moral poucas vezes observado na história do clube. Pois este treinador teve a capacidade de conseguir embalar um bom trabalho no Ituano. Pode não ser campeão, mas cumpre com o planejamento estabelecido pelo comandante da agremiação, Juninho Paulista. Com sobras. Ele era incompetente no Guarani e virou gênio no Guarani? Díficil acreditar em um manequeísmo tão rasteiro.

Poderia citar outros exemplos. Ficaria a noite inteira. Citaria nomes, performances e deixaria de focar no principal: o problema está no Guarani.

Um clube perdido em disputas políticas, déficit de estrutura e que por vezes custa a encarar sua própria realidade. Infelizmente, muitos torcedores recusam-se a aceitar uma crítica, uma análise ácida e preferem viver um conto de fadas. Estabelecem uma expectativa acima da média em relação ao jogador e treinador e depois com uma atuação normal e dentro dos parâmetros, a frustração é imediata.

A revolta produz intranquilidade e falta de tato para sair de instantes delicados. Sem contar que, em termos de infra-estrutura, o Guarani encontra-se atrasado a concorrentes até do nicho de mercado. Ou alguém duvida que o Londrina está mais azeitado na parte estrutural? O que dizer então do Criciúma com um CT de boas condições?

Resultado: além de encarar a frustração externa, o jogador e treinador utilizam a superação no dia a dia para ultrapassar problemas de infra-estrutura e disputas políticas que contaminam o vestiário.

Como sair da cilada? Simples: o Guarani precisa olhar-se no espelho e ver que o tempo passou. E lutar para recuperar o tempo perdido. Que não será buscado com nomes e sim com planejamento, profissionalismo e pacificação política.

(análise feita por Elias Aredes Junior)