Qual filme será reprisado na Ponte Preta em 2018? A frustração de 2007 ou o êxito (quase completo) de 2014?

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Torcedores, jogadores, dirigentes e integrantes da comissão técnica da Ponte Preta iniciam a temporada de 2018 com uma certeza: a prioridade é o acesso à divisão de elite do Campeonato Brasileiro. Uma boa campanha no Paulistão será bem vinda, mas não há como fugir da constatação de que poderio financeiro para boas campanhas só consegue quem está no pelotão de frente.

A dúvida que fica é o filme que será exibido, o de 2007 ou de 2014. Coincidência ou não, nas duas ocasiões, personagens hoje considerados malditos nos corredores do estádio Moisés Lucarelli foram protagonistas direta ou indiretamente: Marco Antonio Eberlim e Márcio de Della Volpe.

O primeiro tinha saída do clube em 2006 e sua partida temperada com crise política e queda de produção gerou o rebaixamento a Série B. De saída, Nelsinho Baptista foi contratado para dar uma sacudida em 2007, mas não surtiu o efeito desejado e iniciou-se um calvário encerrado apenas em 2011. Com poucos recursos e um time de operários, tanto Márcio Della Volpe como Niquinho Martins obtiveram o acesso.

Três anos depois, o retorno virou realidade e com Della Volpe já desgastado em seu relacionamento com Sérgio Carnielli. Neste trajeto, o então presidente Della Volpe desistiu de trazer Ricardinho, hoje no Londrina, e arregimentou Guto Ferreira, responsável por conduzir o time de volta à divisão de elite com a conquista do vice-campeonato.

O destino tem caminhos. Antes de a bola rolar, alguns fatos colaboram para acreditar no final feliz de 2014 ou na frustração de 2007. Assim como no ano da Copa do Mundo no Brasil, queiramos ou não, existe a manutenção da estrutura diretiva do futebol, com a presença de Gustavo Bueno e com Eduardo Baptista, que assim como Guto Ferreira, tem bons resultados no banco de reservas da Macaca. Ou ele não tem mérito na boa campanha do Brasileirão de 2016? É possível nutrir otimismo pela desconfiança dos torcedores em relação as contratações. Percebam: a aparição de contratações “lado B” sempre geram bons times no estádio Moisés Lucarelli. Não será surpresa formar um bom conjunto com Tiago Real e Silvinho e outros menos cotados.

Em contrapartida, existe um aspecto que lembra a temporada de 2007, mas com personagens diferentes. Tiãozinho terá influencia na diretoria e nas ações do comando do futebol, assim como em 2007, mesmo após ficar distante do dia a dia do futebol. A prova é a contratação do ex-zagueiro Ronaldão. Se há 11 anos Carnielli deixou os bastidores serem contaminados pela briga com Eberlim, a dúvida imediata é saber até que ponto a sua falta de empatia junto às arquibancadas poderá produzir efeitos nefastos no dia a dia do futebol, que clama por boa campanha no Brasileirão, mas também pelo acesso e um desempenho marcante na Copa do Brasil.

No filme “Feitiço do Tempo”, protagonizado por Bill Murray, Um repórter de televisão que faz previsões de meteorologia vai a uma pequena cidade fazer uma matéria especial sobre “Dia da marmota”. Por querer ir embora o mais rapidamente possível, ele inexplicavelmente fica preso no tempo, condenado a vivenciar para sempre os eventos daquele dia. Que a Ponte Preta fique presa em 2014 e, de preferência, com um final ainda mais feliz que naquela ocasião.

(análise de Elias Aredes Junior)