Quem é culpado pela queda de produção do Guarani? O que levou uma equipe candidata ao acesso a cair de cabeça para baixo e conformar-se com uma campanha medíocre? Por que a torcida não pode sonhar com dias melhores? As perguntas conduzem a respostas rotineiras. O técnico escalou mal (é verdade!), as substituições foram equivocadas (também!) e o segundo tempo diante do Boa Esporte foi algo para se esquecer. Tudo isso é verdadeiro.
Não vou por esse caminho. Prefiro fazer uma outra indagação: quem ganha com o fracasso do Guarani? Já digo logo de cara: o Conselho de Administração não adotou qualquer atitude suspeita ou negativa para levar a esse estado de coisas.
Sejamos justos: nos últimos dias até apoios públicos ao trabalho de Louzer foram feitos pelo presidente Palmeron Mendes Filho. Fato. Só que eu seria idiota de ignorar que os dirigentes receberam alguns presentes involuntários do destino.
O primeiro é o recebimento do argumento de que será preciso mais investimento para melhorar o time em 2019. Algo que cai como uma luva para defender a terceirização do departamento de futebol. Pense: se o acesso fosse garantido, como defender o projeto se o Guarani teria R$ 50 milhões a disposição? Pois é. Fracassar na Série B pavimentará a estrada para defender os projetos, especialmente o de Roberto Graziano, pois nos bastidores dizem ser o escolhido de Palmeron e de alguns integrantes do Conselho de Administração.
Ficar mais um ano na Série B alivia a pressão para que Palmeron e até o futuro controlador do departamento de futebol profissional efetuam mudanças na infra-estrutura do Guarani, absurdamente atrasada, mas que muitos agora vão dizer que é “suficiente para a Série B”.
Ou seja, mesmo que o presidente tenha sido dado pelo destino e não existe qualquer índice de má índole ou má intenção é claro e cristalino que agora o Conselho de Administração para utilizar o fracasso do presente como passaporte para um futuro incerto. Uma pena.
(análise feita por Elias Aredes Junior)
ótima análise