Ravanelli ganha espaço na Macaca. Antes tarde do que nunca

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Não é fácil andar em círculos. Testar, degustar frustrações e pensar que está sem sair do lugar. Técnico de futebol vive tal tormento. Eduardo Baptista não é diferente. Na busca de encontrar um estilo consistente para a Ponte Preta o trabalho de armação foi sua principal dor de cabeça.

Parecia querer dar uma oportunidade para Ravenelli. Posteriormente abriu mão do jovem valor e depositou suas fichas em Maicon, emprestado junto ao Corinthians. Eis que o destino lhe dá Thiago Galhardo. Ainda deu uma oportunidade no meio do caminho para Felipe Menezes durante os jogos. Nada deu certo. Terminará o Brasileirão com Ravanelli como titular.

Existem pontos positivos e negativos na resolução. A principal é dar sequência para um atleta revelado nos corredores do estádio Moisés Lucarelli. Alguém que sempre recebeu apoio das arquibancadas, independente do seu rendimento. Por que? Primeiro porque tem potencial. Também pela carência de ídolos genuínos, conscientes do que é ser pontepretano e defender a camisa. Boa bola parada, viradas de jogo eficientes e boa colocação em campo. O ano termina e Ravanelli poderá dar a alavanca definitiva em 2017. Eduardo Baptista tem mérito no processo. Não esqueceu ou desprezou o atleta. Voltou a apostar no jogador.

Duro é constatar que sua qualidade esconde um dos seus defeitos: a instabilidade. A fórmula de pontos corridos contempla 38 rodadas. Oscilação é uma característica normal. Impossível qualquer jogador atuar em alto nível por tanto tempo. Ravanelli é jovem e seria uma temeridade exigir passos geniais de maio a dezembro. Deveria ter sido mantido por quantas partidas fossem necessária. Até porque uma pergunta: como explicar as infinitas oportunidades concedidas para Maicon, incumbido em muitas partes do passe final e que fracassou de modo retumbante? Não seria melhor esperar que o garoto tirasse da cartola um lampejo decisivo? Pois é.

Mas a correção aconteceu. Ravanelli terminará o Brasileirão como camisa 10. A Ponte Preta readquiriu o juízo e o bom senso. Melhor assim.

(análise feita por Elias Aredes Junior)