Um treinador fica em média 125 dias no Guarani. Isso é normal? Não, não é!

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Temos a propensão de enxergar o resultado em curto prazo do que verificar os frutos de médio e longo prazo. No futebol, tal fenômeno é presente. Demais. A paralisação por causa da Pandemia do Coronavirus coloca nosso olhar daquilo que foi feito pelo futebol do Guarani desde 2011. E o resultado não é nada animador. Fizemos várias matérias com esse gancho jornalístico e o quadro não muda.

A rotatividade de treinadores no Alviverde chega a ser avassaladoura. Neste década, o saldo é de 27 treinadores, excetuando-se os interinos. Em uma conta fria e objetiva, o profissional tem em média 125 dias para exercer o seu mandato.

Não há uma filosofia clara de trabalho. Em algum instante, apela-se para um ex-jogador com histórico no clube, como Vilson Tadei, Giba ou Thiago Carpini; ou para “raposas” do futebol como Oswaldo Alvarez; ou estudiosos como Osmar Loss ou Marcelo Chamusca. Resultado: o Guarani não tem uma filosofia clara de futebol. Não sabe o que quer.

Thiago Carpini pode comemorar porque já ultrapassou o tempo médio. Apresentou resultados apesar da parca estrutura colocada á disposição e da qualidade duvidosa de muitos atletas. Detalhe: não porque ele queira dirigir um time limitado mas porque os recursos não oferecem alternativas.

Legado interessante seria o novo Conselho de Administração contar com um treinador por um ou dois anos. Suportar resultados negativos e explicar ao torcedor que por vezes trabalhos sólidos demoram pra colher frutos. Que ninguém se iluda: oscilações serão normais com Thiago Carpini quando a bola voltar a rolar. Resta saber se ele fará uma história diferente dos seus 26 antecessores no cargo.

(Elias Aredes Junior)