Ponte Preta é a ‘rehab’ de renegados

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No último sábado, os mais de 5 mil torcedores presentes no estádio Moisés Lucarelli presenciaram a redenção de um atleta renegado pelo seu antigo clube, que pelo menos por uma vez na vida foi capaz de provar que erraram com ele.

Claro que Reinaldo não é um craque de encher os olhos. É um atleta com suas limitações, mas que caminha para integrar uma boa lista de jogadores recuperados pela Ponte Preta recentemente. A noite mágica para o jogador e a torcida da Ponte, deu indícios de que a relação entre Reinaldo e Macaca pode engrenar.

A gana demonstrada por ele, o tal do “sangue nos olhos” ao entrar em campo para provar algo, são características que encantam o pontepretano. Para realmente integrar a lista de jogadores recuperados pela Ponte, Reinaldo terá agora de ter a mesma ira e pegada que teve contra o São Paulo, clube que detém os seus direitos.

No ano passado, alguns jogadores foram exemplos dessa mística que tem cercado o Majestoso, com relação a atletas renegados. Fernando Bob é o maior exemplo disso. Quando chegou na Ponte Preta em 2013, o atleta vinha com a desconfiança de nunca ter engrenado no Fluminense e um status de jogador de DM. Mesmo com um começo difícil, Bob persistiu e deixou o clube no final de 2015 com o status de ídolo recente, algo muito difícil de acontecer na Ponte.

Outro que pode seguir o mesmo caminho é Jonas. Da mesma posição de Fernando Bob mas com estilos diferentes, o torcedor já enxerga no camisa 5 que pertence ao Flamengo, um jogador com o tal “perfil de Ponte Preta”. Aquele que se entrega até o limite dentro de campo, mesmo não sendo uma sumidade na técnica. Jonas já deu mostras de ser esse jogador.

Por mais que seja dolorido ao torcedor, um outro exemplo de ressuscitado pela Ponte Preta é  do meio Renato Cajá. São várias ressurreições. A última aconteceu no ano passado, quando o atleta chegou a ser considerado o craque do Brasileiro no início da competição. A verdade é que Cajá  nunca conseguiu jogar em outros clubes como joga na Ponte Preta. Já dizem por aí que o atleta pode estar atrás de um nova ressureição. É esperar pra ver.

No elenco atual, Wellington Paulista mira no exemplo de Cajá para retomar o caminho do sucesso na carreira. Com mais de 30 anos, o jogador tenta um recomeço no clube após passagem frustrada pelo Fluminense. O caso de WP9 é mais complicado. Diferente do exemplo do lateral direito Rodinei, que foi descartado por Corinthians e após passagem pela Penapolense estava encostado no elenco da Ponte, até ser recuperado por Guto Ferreira.

O jogador, hoje no Flamengo, jogou sem o peso da responsabilidade ainda por ser um desconhecido. Já Wellington tem o peso da liderança pela experiência e tenta convencer que ainda tem lenha pra queimar, coisa que veteranos como Borges e Edno não conseguiram na Ponte Preta.

(Análise e texto de autoria de Paulo do Valle)