Análise: o falecimento de Wallace e uma lição na tragédia. Existe chance de um futebol e de uma vida melhor

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Não existe uma pessoa na região de Campinas que não tenha ficado abalado ou triste com a morte do goleiro Wallace, emprestado pelo Guarani junto ao Vitória (BA). Com 22 anos e uma longa trajetória em perspectiva, sua repentina partida é um daqueles eventos que fazem a gente refletir sobre a brevidade da nossa existência. Ou a validade de nossas atitudes.

Serviu para demonstrações de solidariedade. Torcedores pontepretanos enlutados e sem receio ou pudor de encaminhar, mesmo que de modo virtual, um afago ou carinho para uma família que a essa altura não deve encontrar chão e lógica para entender ou compreender tamanha tragédia.

A diretoria do Guarani merece nem nota 10 e sim nota 1.000. Desde o primeiro minuto, prestou todas as informações e esteve presente junto à família e aos jogadores para prestar uma última homenagem a um rapaz que esteve inserido no sonho do acesso por 23 dias. O luto de sete dias e a aposentadoria da camisa 12 na Série A-2 são sintomas que a diretoria tem dentro de si algo fundamental: humanidade, empatia e solidariedade.

A nota no Twitter do perfil oficial da Ponte Preta e a resposta do Guarani se constituem na demonstração inequívoca de que o futebol ultrapassa fronteiras. Se abaixarmos as armas da intolerância e da violência e entendermos que dentro de cada um de nós existe uma alma e um coração sedentos para se entender com o semelhante, então haverá esperança não só para um dérbi de 90 minutos e sim para uma vida melhor. Em todos os sentidos.

(análise de Elias Aredes Junior)