Quem no Guarani diria não para Amoroso?

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O assunto da vez é a utópica volta de Amoroso ao Guarani. Os bugrinos discutem isso entre eles, mas não toleram que alguém discuta abertamente. Teimoso, o farei.

Amoroso tem uma carreira indescritível até o Guarani de 2009. Parou e voltou para jogar na quarta divisão dos Estados Unidos após seis anos. Físico ok, técnica sempre elevada e até conquista de título. Mas o primeiro erro seria comparar o Boca Raton com a Série C. Tudo diferente.

Como eu posso achar ruim ter Amoroso em campo nem que seja por apenas dois jogos? Quem sou eu pra avaliar a cabeça e a condição física do maior jogador da história do clube nos últimos 20 anos?

Mas, antes da teoria é preciso dizer que acho pouco provável que Chamusca aceite. Aos 41 anos, Amoroso tem uma condição de “semiprofissional” devido ao tempo que ficou parado. Mesmo assim, a diretoria sabe que o atacante é maior que todos no atual elenco.

A problemática vai mais além da aceitação.

O que tem a ganhar Amoroso no Guarani ainda? Não me refiro a títulos, me refiro a uma história. Ele fez tudo, bateu recordes, foi marcante em dérbis, elevou a marca do time, conquistou até quem duvidava dele, virou um dos maiores símbolos de um clube.

Pra que correr o risco?

Muito a perder, pouco a ganhar. E se ganhar, ótimo! Não escrevo para apostar que não daria certo, mas sim para questionar se é válido o risco de começar a ouvir aquele papo de “ex-jogador de atividade”, “não sabe parar”, “fominha” etc.

Se outro fracasso na Série C aparecer em 2016 e com ele em campo, Amoroso não terá tempo de sobrepor essa imagem, não terá conserto.

E a pergunta não é se ele pode, se ele vai ou se não vai jogar em alto nível. A pergunta é se vale o risco a troco de, no máximo, dois jogos e talvez uma marca menor do que as que ele já tem.

Pela admiração e respeito que tenho pelo Márcio, não gostaria de vê-lo tomar uma vaia ou mesmo ser questionado pela imprensa após tanto tempo inativo. Só mesmo Amoroso pode dizer “não” em prol do seu passado brilhante no Brinco de Ouro.

(Análise e texto de Júlio Nascimento)