Osmar Loss subiu no pedestal. Foi empurrado rumo ao abismo. Que fique a lição!

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Antes que as abelhas virtuais apareçam sobre esta página já digo logo de cara: não mudei minha visão sobre Osmar Loss. É estudioso, tem noções claras sobre futebol e uma filosofia de jogo na cabeça. Somou 14 pontos e boa parte deve-se a sua planificação tática. Ou dá para esquecer o triunfo sobre o Corinthians? E a força defensiva diante do São Paulo? E a movimentação demonstrada contra o Botafogo de Ribeirão Preto? Jogou mal contra São Caetano e Ferroviária? Concordo. A atuação contra a Ponte Preta foi um desastre total? Concordo. Tomou decisões equivocadas na escalação, especialmente a aparição de Léo Principe, visivelmente sem ritmo de jogo? Não há dúvida.

Não queira viver ilusão eterna. O Guarani teve treinadores com um desempenho muito pior e sobreviveram no cargo. Ou tiveram oportunidades. Ou alguém gostava das atuações do Guarani em 2012  na Série B sob o comando de Vilson Tadei? E a equipe de 2013 com os técnicos Zé Teodoro e Branco?

Vou além: a diretoria bugrina nunca escondeu que a meta era manutenção. E isso foi obtido.

O que aconteceu?

Osmar Loss desde a sua largada teve sua credibilidade arrasada pela ausência de empatia com o torcedor e no dia a dia com a imprensa. Não se esforçava para parecer simpático. Os treinos fechados pareciam uma declaração de desconfiança do que uma preservação do trabalho.

E não venha dizer que isso não conta. Conta. Muito. Quantas vezes em nossas vidas profissionais nos deparamos com companheiros de trabalho cuja rejeição aumenta quanto mais se coloca em um patamar acima dos demais? Torna a relação interpessoal um pesadelo.

Compare, por exemplo, com Umberto Louzer, hoje no Coritiba. Campanha e resultados melhores que Loss? Certeza. Trabalho mais consistente? Ok, sim. Mas ele também passou por tempestades. Ou o torcedor bugrino ficou feliz com a derrota por 3 a 2 para a Ponte Preta no dérbi do turno da Série B do ano passado? Mesmo nos piores momentos Louzer tinha aliados. Não só por seu trabalho mas pela forma como tratava torcedores, jornalistas e dirigentes. Aglutinador nato.

Que Osmar Loss aprenda a lição. Sabedoria e capacidade são vitais. Mas sem uma boa dose de humildade a tragédia é logo ali. Afinal, a prepotência e a arrogância mais afastam do que juntam as pessoas. Loss juntou os 14 pontos necessários. Mas não soube exercer inteligência emocional e de relacionamento. Os frutos amargos foram colhidos no Majestoso. (Elias Aredes Junior)