Maturidade: o ingrediente para reconstruir o Guarani

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A esperança paira no ar do Brinco de Ouro. Todos estão ansiosos pelo início da Série A-2 do Campeonato Paulista. Antes da bola rolar, muitos apostam que um conto de fadas está para ser construído. Será? É factível imaginar uma campanha sem sobressaltos? Dá para sonhar com atuações de gala e sem qualquer decepção?

Tais questionamentos geram uma constatação: a resistência da torcida do Guarani em administrar notícias ruins. Ou análises que vislumbrem dificuldades no horizonte. Jornalistas e veículos de comunicação com linha de conduta independente e apartidária são demonizados, estigmatizados, perseguidos e incompreendidos. Poucos entendem que a cabine, o laptop, o microfone é separado da arquibancada. Este sim, é o local da paixão, da entrega e do amor sem limites.

Todo torcedor é passional. Todo fã de um clube, qualquer um, não aceita critica, mesmo que elas tenham fundamento. Claro, existem exceções, vividos em instantes históricos. Fazem diferença. Nestas ocasiões, o amor brota consciência, compreensão e maturidade para buscar aquilo que aparentemente é impossível.

O Guarani viveu tal conjuntura em duas oportunidades. A primeira foi em 2008. Limitações e falta de técnica não impediram que o então técnico Luciano Dias arregimentasse jovens como o zagueiro Xandão, o lateral-direito Maranhão, o atacante Dairo e atletas com sede de projeção como o centroavante Fernando Gaúcho. A torcida abraçou o time no gramado, percebeu a validade das criticas e transformou em combustível para o acesso à Série B do Brasileirão.

No ano seguinte, após ser rebaixado no Paulistão, Vadão assumiu e às pressas formou um time de aluguel para disputar a segundona nacional. Pediu trégua para a torcida. Conseguiu a arrancadada e o acesso improvável.

O Guarani quer e precisa de amor e paixão da torcida. Em troca, estes milhares de apaixonados podem e devem conceder maturidade. É o passo inicial para o triunfo. (Análise escrita por Elias Aredes Junior)

(Crédito da Foto: Rodrigo Villalba/Memory Press)