Uma reflexão sobre Carnielli, ex-presidentes e a dificuldade de adotar a humildade para assumir os próprios erros

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Na entrevista concedida neste sábado ao portal Esportes On line, o presidente de honra da Ponte Preta, Sérgio Carnielli, fez uma análise ácida de todos aqueles que lhe sucederam após o seu afastamento da Justiça em 2011, punição que se encerrou recentemente.

Elogiou Vanderlei Pereira pela sua capacidade financeira, enalteceu a amizade com Tiãozinho, mas destinou reservas a sua condução na Ponte Preta e direcionou duras criticas aos ex-presidentes Márcio Della Volpe e José Armando Abdalla Junior. “Entram cordeirinhos e saem bandidos”. Foi o que disse. Frase forte, ataque frontal.

Espera-se para os próximos dias a resposta dos atuais opositores. No entanto, quero inverter a análise do presidente de honra. Digamos, por hipótese, que ele esteja correto.

Aviso: coloco na condicional por dois motivos: primeiro porque as pessoas  atacadas ainda não apareceram publicamente para responder. E também porque até hoje não foi encaminhada a imprensa qualquer documento ou prova concreto que comprove alguma conduta errônea. Se algo aparecer a conversa muda. E aí será de alçada judicial

Dito isso, pergunto: e quem escolheu os ex-presidentes? Não errou? Não está equivocado? Nesta linha de análise, Carnielli comporta-se como o gerente de RH que só toma decisões erradas e como justificativa diz ao patrão que não tinha conhecimento de comportamento de A, B ou C. Ué, como não tinha? Repito: analiso por esse caminho com a hipótese de Carnielli encontrar-se correto.

Independente de quem esteja certo ou errado, existe na linha de pensamento um problema recorrente de Carnielli: a dificuldade de admitir erros.

Esqueça por um instante esta guerra política.

Vamos tratar de fatos.

Concretos.

A Ponte Preta foi rebaixada no Brasileirão de 2006.

Quem era o presidente de fato e de direito na época? Fica aí para você responder.

A Macaca investiu horrores nas edições da Série B de 2007, 2008, 2009 e 2010. Em todas estas ocasiões, o presidente era Sérgio Carnielli, cuja melhor performance foi em 2008, quando ficou na quinta colocação.

De um jeito ou de outro ele foi o responsável por esses fracassos. Ou não? Se os atuais presidentes foram responsabilizados por fracassos atuais, logo os mandatários do passado também tem parcela de culpa e responsabilidade.

O seu grupo político está no poder desde 1996 e em 25 anos, após a gestão de Marco Antonio Eberlin, a única reforma recebida pelo CT do Jardim Eulina foi para receber a seleção portuguesa em 2014. Mérito para quem teve transito politico.

Em termos de construção de legado, o fracasso ronda os detentores do poder no Majestoso.

Eu e você caro leitor, somos humanos.

Erramos.

Temos equívocos.

Não temos talento, vocação ou destino para exercermos papel de deus.

Longe disso.

Devemos exercer a humildade. Todos os dias. Achar que não somos mais do que ninguém. Entender que os erros são combustíveis vitais para a busca da excelência. O dia que tais conceitos entrarem na Macaca certamente o clube será bem melhor. Tanto na escolha de seus presidentes como na busca de uma infra estrutura decente.

(Elias Aredes Junior)