Guarani comemora a vitória no dérbi 189 e a estrela de Medina. E esquece a oportunidade histórica desperdiçada

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Nesta quinta-feira, dia 29 de abril o torcedor do Guarani comemora a vitória sobre a Ponte Preta no dérbi válido pelo Campeonato Paulista e que terminou com o placar de 3 a 1. Assegurou presença na decisão do Campeonato Paulista, produziu a mística em torno do técnico Osvaldo Alvarez e transformou o meia-atacante Medina em herói eterno.

Fato.

Por outro lado, o triunfo é o símbolo do desperdício de uma oportunidade histórica proporcionada pela conjuntura. Poderia ser a alavanca para a estabilização esportiva e a administrativa do Guarani. Foi tudo para a lata do lixo.

Quando assumiu o banco de reservas, em dezembro de 2011, Vadão assumiu o clube no meio de um turbilhão. A equipe convivia com atraso de salários, tive uma campanha dramática e dificultosa na Série B  do Brasileirão e a perspectiva era nebulosa.

Sem recursos, Vadão novamente recorreu a apostas. Quando Fumagalli, Wellington Monteiro ou Fábio Bahia desembarcaram no Brinco de Ouro não existia segurança sobre o que poderia se esperar.

Deu liga. O time fez boa campanha, terminou na quarta posição com 36 pontos e passou pelo Palmeiras nas quartas de final após vencer por 3 a 2. E na sequência o triunfo no dérbi. Clima de êxtase estava no ar.

Foi quando o próprio Guarani começou a se sabotar.

Primeiro ao não realizar nenhum trabalho político e aceitar quase que passivamente os dois jogos contra o Santos no Morumbi. Lógico, a trupe de Neymar era favorita. Nem por isso deveria se entregar os pontos. Jogar no Brinco seria o “start” para uma mobilização jamais vista e dificultar o quadro para o Santos. Tudo em tese, claro.

Na época, a justificativa era de que a mudança era vantajosa sob o ponto de vista financeiro.

Ao fazer a realizar a análise fria dos números não há duvida:  ao juntar os dois jogos, o Guarani faturou, de acordo com o borderô das duas partidas, o valor líquido de R$ 1.399,571. Se os valores forem atualizados, a quantia poderia atingir níveis estratosféricos.

Pergunto: o dinheiro foi revertido em melhorias no clube ou para o Guarani?

Nada disso.

As brigas prevaleceram, péssimos elencos foram montados e o prêmio na sequência foi doloroso: dois rebaixamentos, um na segundona de 2012 e no Paulistão de 2013, quando terminou na ultima colocação com 10 pontos. E inaugurou o calvário que só se encerrou em 2016 com o acesso na Série C e com a conquista da Série A-2 em 2018.

Moral da história: a vitória no dérbi foi inesquecível em 2012. Só que virou um fato isolado, sem consequências positivas para a vida do clube. Uma pena.

(Elias Aredes Junior)