Uma discussão necessária sobre a gestão na Ponte Preta. Existência sintonia com o nosso tempo?

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Expectativa presente no estádio Moisés Lucarelli. O novo técnico ainda não foi escolhido. Deverá acontecer nas próximas horas. Eduardo Barroca é o favorito. Tudo pode mudar. Entretanto, um quadro não pode ser ignorado.

A metodologia antiga administrativa que ainda impera atrapalha e muito não só a resolução para a escolha do novo treinador como também a designação de soluções do dia a dia.

Sebastião Arcanjo é o presidente do clube. Fez parte da chapa vencedora das ultimas eleições. Planejou a sua vida em cima do fato de ser um vice-presidente. Tem sua vida profissional e os afazeres que lhe proporcionam viver com dignidade. Como a vice presidência era um cargo de expectativa não existia a urgência de entrar de cabeça de corpo e alma na gestão.

Com a renuncia de José Armando Abdalla Junior, em novembro de 2019, o quadro mudou. Precisou realizar adaptações. Pelas informações que eu tenho, Tiãozinho (com razão) dedica-se de corpo e alma ao seu emprego formal e no final da tarde comparece para tomar as decisões para tocar a vida da Ponte Preta. E dedica-se com esmero. Convenhamos: uma pressão e esgotamento mental tremendo.

A primeira vista o mais fácil seria condena-lo. Não faço isso. Pelo contrário. Ele fez e planejou a sua vida em cima daquilo que vivia. Errado está o estatuto do clube que na prática pede que todos sejam abnegados. Quese dediquem 24 horas por dia ao clube. Sem ganhar um tostão. Algo fora de sintonia do Século 21.

Cenário inadmissível para um futebol cada vez mais profissional. Indo direto ao ponto: a diretoria executiva deveria ser remunerada, dotada de objetivos claros e avaliações constantes por parte do Conselho Deliberativo. E isso pode ser feito com o clube sendo uma Associação Sem Fins Lucrativos.

Não dá mais para ficar preso ao passado e nutrir preconceito com o profissionalismo. Sebastião Arcanjo faz gestão decepcionante. Isso não quer dizer que vou fechar os olhos que ele precisa se “virar nos 30” para dar conta de um futebol cada vez mais profissional e com tempo escasso.

Vou além: se quisermos dirigentes, profissionais, modernos, antenados e que vistam a camisa as 24 horas do dia, não há saída: remuneração transparente e cristalina. Até para quem ocupar a presidência do clube. Designar pessoas aposentadas ou profissionais liberais para ocupar o cargo de presidente ou da Diretoria Executiva é apenas um remendo para esconder um estado arcaico de um pensamento de futebol que não tem mais lugar. Que o novo possa entrar na Macaca.

(Elias Aredes Junior)