Análise Ponte Preta: Eduardo Lacerda exibe posicionamento e apoia Giovanni Di Marzio. E produz reflexão dentro do ambiente político do clube

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Tomei conhecimento apenas nesta quinta-feira do texto feito pelo executivo Eduardo Lacerda a respeito da crise na Ponte Preta. Publicado no Facebook, a publicação traz pontos preciosos e que merecem ser debatidos.

Em primeiro lugar digo que é uma ótima noticia que Eduardo Lacerda esteja presente no debate da opinião pública. Queira ou não, ele mobilizou um grupo político, participou das eleições na Macaca e credenciou-se para ser o principal líder da oposição. É preciso utilizar esse capital. Até porque um processo de disputa dentro de uma instituição inicia-se com antecedência, nunca ou jamais em cima da hora.

A sua disposição de explicar em pormenores aquilo que é estipulado como boa governança e os bons modos de uma administração privada é algo que merece aplausos. Mesmo associações sem fins lucrativos podem e devem contar com regras de gestões que transformem o clube em um local saudável.

Lacerda demonstra lealdade com Giovanni Di Marzio, algo imprescindível para quem deseja sustentar uma mobilização e expectativa de poder. Contar com colaboradores e pessoas dispostas a pensarem a Ponte Preta em médio e longo prazo, mesmo que na oposição, é algo louvável

Tudo está perfeito? O texto é irretocável? Não sou avaliador político. Longe disso. Mas o texto de Eduardo Lacerda, se por um lado demonstra um compêndio de boa governança e que pode ser aplicado no futuropor outro demonstra, mesmo que involuntariamente, os motivos que levaram a perder espaço para os atuais detentores do poder na Macaca.

Primeiro, antes de qualquer raciocínio, um esclarecimento: sei que tanto Eduardo Lacerda, como Giovanni Di Marzio e os apoiadores do DNA Pontepretano fazem acusações sobre a lisura do processo eleitoral. Ou da falta de segurança para o processo eleitoral. Mas este cenário não invalida o que vou falar.

O futebol, assim como outros espaços da vida brasileira é dotado de características peculiares: ele pode até ser dominado por elites econômicas e intelectuais, mas precisa exibir uma embalagem e um conteúdo popular. É preciso conversar com o arquiteto, advogado, mas também com o faxineiro, roupeiro e pedreiro. Tudo vai por água abaixo se você não encaixar uma conexão com as classes populares. Com o povão, com a massa. Inclusive com aqueles que, por um azar da vida, não tiveram a informação necessária para compreender determinados conceitos. E pelo que eu saiba, a Ponte Preta está longe de ser um clube de classes A e B.

Ao ler o texto de Eduardo Lacerda tal conceito veio em minha mente. “Será que fulano X, que é pontepretano entenderia isso?. “E o ciclano? Compreenderia?” Sim porque precisamos e devemos subir e melhorar nossa compreensão intelectual. Mas aprimorar nossa capacidade de comunicação para que todos nos compreendemos.

Talvez esta tenha sido a diferença no processo eleitoral. E que está presente no texto de Eduardo Lacerda. O conteúdo é ótimo, as informações são preciosas, as reflexões são ultra pertinentes e as ideias podem e devem ser analisadas. Futebol moderno na veia.  Mas falta o essencial: conexão popular.

Vou além: falta algum elemento para que o discurso produza paixão. E automaticamente em mobilização. E especificamente no processo eleitoral, talvez este tenha sido o diferencial do MRP: gerou paixão e esperança no torcedor comum.

Capital aliás, que está se esvaindo por entre os dedos. E que só vitórias no gramado podem viabilizar o encerramento deste processo.

A atual diretoria da Ponte Preta erra demais. Enfrenta dificuldades mas comete erros táticos. Mas se Eduardo Lacerda, como inevitável líder da oposição, não realizar a junção da excelência administrativa com a capacidade do seu projeto e do seu grupo, o DNA Pontepretano, gerar paixão, o que vai acontecer é o que rola na atualidade: o torcedor comum da Macaca está triste não só porque a atual gestão decepção mas porque ele não vê nada pelo qual possa se apaixonar e nutrir esperança.

(Elias Aredes Junior-Foto Arquivo)

 

O texto está neste link:

https://www.facebook.com/eduardo.lacerdafernandes/posts/4747194918708926