Guarani: novo técnico pode resolver muitas pendências. Mas permanecer divorciado da torcida é decretar queda à Série C

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Três nomes pintam como favoritos para assumir o Guarani após a saida de Daniel Paulista: Umberto Louzer, Pintado e Marcelo Chamusca. Por aquilo que conhecemos de seus trabalhos podemos deduzir  que, em termos táticos, a diretoria do Guarani está totalmente sem rumo.

Não precisa ser profeta para advinhar. São três profissionais com estilos de jogo diferentes e com filosofias de diferenciadas de gestão. Até para lidar com as categorias de base. Diante das especulação sobre as turbulências ocorridas no vestiário do Guarani, Pintado poderia restabelecer autoridade e iniciar um processo de recuperação de atletas.

Umberto Louzer, por sua vez, junta duas características interessantes: sólida cultura tática e um jeito de lidar com os atletas que tem relação com os treinadores das décadas de 1990 e 1980. Neste aspecto é um claro discipulo de Oswaldo Alvarez, o Vadão. Marcelo Chamusca é um ótimo profissional e capacitado, mas já mostrou em diversas passagens na carreira, que necessita ao seu lado um bom executivo de futebol. Lembre-se da parceria com Rodrigo Pastana na Série C de 2016. E hoje? Teria uma disposição uma parceria tão profíqua? Pense no atual Guarani e tire suas conclusões. 

E é nesse ponto que desejo abordar. Contratar um treinador não resolve o problema na sua totalidade. Ajuda, mas não resolve o quadro sinistro reinante no Guarani.

O Guarani hoje passa, antes de tudo, por uma crise de legitimidade. De respaldo. Os responsáveis pela montagem da equipe enfrentam uma crise de respaldo junto a torcida. Neste cenário, Michel Alves é o antagonista das arquibancadas. Cravo, sem medo de errar, que o atual Superintendente Executivo de Futebol do Guarani não recebe a aprovação por parte do torcedor. Aponta ele como culpado pela má formação do elenco bugrino.

Ou seja, o treinador não terá tempo de adaptação ou trégua. Por que? Para uma parte relevante da torcida o processo é quase irreversível. O time é ruim. E a personificação desta ausência de qualidade encontra-se em Michel Alves. E se o técnico falhar certamente será “contaminado” por essa avaliação que vem do torcedor. 

Há como inverter o quadro? Até tem. Se Michel Alves fosse mais afeito ao diálogo com o torcedor, fosse mais presente nos meios de comunicação para explicar os seus critérios de contratação, não digo que a reprovação ao seu nome de diminuiria, mas pelo menos existiria uma justificativa. Pelo menos saberíamos qual o estilo de gestão do executivo de futebol do Guarani. A opinião pública, no entanto, não sabe nada.

Contratar o técnico pode resolver algumas questões, mas sem Michel Alves resolver algumas pendências de gestão e de comportamento o divórcio do Guarani com sua torcida.

E deixar o Guarani longe de sua torcida é sentença de morte. Traduzindo: série C em 2023.

(Elias Aredes Junior- Foto