Guarani, um protesto, um discurso de 66 segundos, duas versões e uma pergunta: o Guarani tem jeito?

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O Guarani é um clube em polvorosa. Crise atrás de crise. Desta vez temos duas versões para a mesma história. Representantes da Torcida Organizada Furia Independente juram que foram até o Brinco de Ouro para conversar com os jogadores e com os responsáveis pelo futebol, Michel Alves e Ricardo Moisés. Segundo eles, foram recebidos de maneira hostil e um segurança teria atirado para o alto.

Hoje, em pronunciamento gravado e com duração de 66 segundos, o presidente Ricardo Moisés afirmou que o Brinco de Ouro foi invadido pelos torcedores e que houve atos de vandalismo. Culpou indiretamente os torcedores.

Quem está certo ou errado as investigações vão dizer. E se ocorrer a necessidade de mais investigações, o ato será adotado. Agora, o pronunciamento de Ricardo Moisés vai muito além dos 66 segundos. Uma série de camadas fica exposta a céu aberto.

Pergunta primária: por que não foi realizada uma entrevista coletiva?

Digo que de cara três assuntos seriam pertinentes a serem abordados pelo presidente bugrino: o protesto da torcida, o mando de campo invertido diante do Vasco e o processo que levou a contratação de Marcelo Chamusca.

Quer outro tema? As críticas contundentes dirigidas por parte da torcida ao Superintendente Executivo de Futebol, Michel Alves. Elas são justas? Injustas? Por que o presidente não fala? O que impede o executivo de futebol prestar contas com maior frequência? Pois é.

E cá entre nós: nem Michel Alves ou Ricardo Moisés nem deveriam temer a entrevista coletiva. Afinal de contas, uma parte da crônica esportiva campineira tem uma simpatia inabalável pela dupla de dirigentes. Mesmo com os erros na montagem do elenco para a Série B.

Outro lado do pronunciamento de 66 segundos: criou-se uma antipatia natural em relação ao dirigente bugrino. Quem poderia aprecia alguém que nos momentos agudos e de crise prefere adotar o silêncio ou os pronunciamentos gelados e formais das redes sociais. Claro sinal de que as criticas não são bem recebidas. Triste.

São comportamentos que afastam mais e mais o torcedor. Para quê? Por que? No Guarani atual, sobram perguntas e as respostas estão cada vez mais raras.

(Elias Aredes Junior- Com foto de Thomaz Marostegan)