Com o resultado da assembleia de sócios e a recusa dos pleitos da oposição, a tendência é pela aclamação de Palmeron Mendes Filho como novo presidente do Conselho de Administração do Guarani. Montar times competitivos, arquitetar melhorias na agremiação e lutar pelo retorno as principais divisões do futebol nacional não serão as únicas missões dos novos dirigentes. A continuidade da democracia é pressuposto fundamental.
Quando falo de democracia é no sentido amplo e total da palavra. Alguns conceitos precisam ficar enraizados. O principal é a garantia de espaço a oposição . E qual a tarefa da oposição? Fiscalizar e cobrar medidas. Ponto. É assim na Alemanha, Itália, Holanda, no Flamengo, Atlético Mineiro, Grêmio, Internacional, em qualquer instituição que não tenha proprietário. Como o Guarani não tem dono, é um clube sem fins lucrativos, é de entender e compreender o espaço para encaminhamento de críticas e cobranças.
Vamos terminar com este papo furado que quem é oposição joga contra. Isto não existe. A força de um estadista mostra-se não só no seu poder de realização, mas na capacidade de responder rapidamente as demandas geradas pelas forças contrárias.
Tenho convicções de que tais conceitos estão presentes em Palmeron Mendes Filho. Por ter sido assessor parlamentar do ex-vereador Cid Ferreira, conviveu anos e anos com conflitos, debates, discussões e muitas vezes com a necessidade de situação e oposição sentarem a mesa para negociarem e encontrarem uma saída que viabilizasse o bem comum. Se algo tão corriqueiro é presente na Câmara de Vereadores de Campinas ou de qualquer cidade, por que não estaria presente no Guarani?
Aperfeiçoar tudo aquilo feito por Horley Senna certamente está na pauta do grupo liderado por Palmeron. Mas sua pauta deve colocar também como foco o extermínio do clima de ódio reinante há anos no Brinco de Ouro e no espaço do complexo esportivo. Ter liberdade para opinar, divergir, conversar e respeitar o ponto de vista alheio é fundamental para que o Guarani viabilize um novo período de construção. Não há pessoas que jogam contra. Não existem sabotadores. Nem salvadores. Existem bugrinos. Se além do êxito na bola, Palmeron restabelecer a paz e fortalecer a democracia interna, pode acreditar: vencerá um desafio e tanto.
(análise feita por Elias Aredes Junior)