Análise Brasil 2 x 0 Sérvia: uma geração com potencial imenso abraça a ofensividade. Vai dar certo? O tempo dirá!

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Com a finalização da primeira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo, podemos afirmar sem medo de errar que na parte técnica a Seleção Brasileira conta com os melhores jogadores da competição.

Inegável.

A vitória contra a Sérvia por 2 a 0 e a série de jogadas individuais protagonizadas por diversos jogadores mostrou que o time pode sim ser colocado no rol de favoritos ao titulo ao lado de Espanha e Inglaterra e com a França correndo por fora. Só que toda a escolha implica em consequências. E é nesse ponto que o torcedor brasileiro precisa contar com boa dose de paciência.

O volume de jogo na etapa final impressionou mas tudo é fruto de jogadas individuais. Consequência das escolhas feitas por Tite, que decidiu recuar Lucas Paquetá e mudar a posição de Neymar, tudo para ajeitar no mesmo time o trio formado por Rafinha, Vinicius Junior e Richarlison.

É um time formado na parte tática praticamente do zero. Não tivemos em profusão jogadas típicas de uma equipe entrosada: penetrações dentro da área adversária, viradas de jogo, ultrapassagens dos laterais, troca de passes em espaço curto e jogadas ensaiadas em jogadas de bola. Tudo isso leva tempo, correção e treinamento.

Tite tinha isso à disposição quando formou a estrutura que contava com Fred no meio-campo. Concordo, entretanto, que não dava para abrir mão do talento dos golden boys do ataque e colocar alguém na reserva. Até porque existem integrantes preciosos na suplência como Antony e Rodrigo. Alguns conceitos estão presentes como o contra-golpe em alta velocidade e marcação sob pressão na saída de bola do oponente. Pode e deve evoluir mais.

Essas dificuldades ficaram expostas na etapa final. E a Seleção Brasileira só viveu instantes deleitosos na etapa final porque o sistema defensivo exibiu eficiência na parte inicial da partida. E por que? Pelo fato de que o setor não teve qualquer mudança em termos nominais e o trio formado por Thiago Silva, Marquinhos e Casemiro proporcionou a estabilidade necessária para enfrentar a força física dos Sérvios.

O Brasil vai se classificar.

Os duelos contra Suiça e Camarões terão a missão de azeitar o rolo compressor formado por esses atletas.

Vou além: se Neymar for vetado para o próximo jogo o processo natural é trocá-lo por um atacante e não por um volante. Já que o Brasil abraçou a ofensividade em torneio lotérico e perigoso como a Copa do Mundo que abrace a causa e arque com as delícias e as consequências. O futebol só teria a ganhar com uma equipe campeã focada em balançar as redes.

(Artigo escrito por Elias Aredes- com foto de Lucas Figueiredo-CBF )