Análise Especial Guarani: Não é hora de assassinar a esperança!

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Eu quero conversar com você torcedor bugrino. Você que está desolado com a presença da sua equipe na zona do rebaixamento. Ou que não se conforma com a incompetência da diretoria em buscar reforços e empreender uma reação na Série B do Campeonato Brasileiro.

Quero falar com você que não deixa de comparecer ao Brinco de Ouro ou que jamais deixa de sintonizar na sua estação de rádio preferido para acompanhar o Guarani. Ou alguém que faz um sacrificio para pagar a mensalidade do premiere para depois dizer em alto e bom som que acompanhou os 38 jogos.

A tristeza tomou conta do seu coração.

A amargura e a decepção campeiam a sua alma.

Não é para menos.

Se você tem mais de 50 anos, o seu desejo é apenas presenciar o retorno dos anos dourados, em que Guarani era sinônimo de decisão.

Escolha o ano: 1978, 1979, 1981, 1982, 1986, 1988…Anos dourados. Tempo em que o Guarani podia falar de boca cheia que era um gigante com fissura de derrubar outros gigantes.

Se você tem entre abaixo de 50 anos ou 40 completados, a década de 1990 não sai da sua mente. O time inesquecível de 1994, os operários do Brasileirão de 1996, a aplicação da equipe montada em 1999. É tanta recordação prazerosa que é inevitável surgir o quentinho coração.

Para quem abaixo de 30 anos, eu imagino que suas recordações não devem ser tão prazerosas. Ou são divididas. É verdade, teve acessos em 2007 na Série A-2, em 2009 na Série B e em 2011 novamente na Série A-2. Para completar, o titulo da segundona paulista em 2018, em que mais do que a taça, o importante foi resgatar a dignidade.

Mas você, garoto ou garota bugrina, homem ou mulher bugrina também tem um periodo de vergonha para tentar esquecer juntamente com aquele que senta ao teu lado na arquibancada, seja adulto ou idoso. Foram 10 rebaixamentos. Fruto da incompetência e da ineficiência dos homens. Alguns sem relação alguma com o Guarani.

É, você vê o pesadelo retornar. De novo. E a cada jogo o quadro parece irreversível. O desejo é tirar o time de campo, desistir de tudo e esperar a Série C.

Não faça isso! Não cometa esse desatino! Não faça a loucura de assassinar a esperança e o otimismo que movem qualquer torcedor do planeta. São 17 jogos até o final da Série B. São necessárias nove vitórias. É difícil? Concordo. Mas quando algo foi fácil ao torcedor bugrino? Quando algo foi concedido de mão beijada? Nunca.

Se os dirigentes recusam a esperança, se os jogadores não correspondem a expectativa, ainda existe você, torcedor bugrino.

É da sua energia, da sua determinação, do seu amor pelo clube é que uma semente hoje inexistente pode brotar e tirar o Guarani deste quadro.

A noite é escura. A nevoa é espessa. Parece que não vai amanhecer. Mas vai. Acredite. E enquanto houver sol a esperança está mais viva do que nunca. Até a última rodada.

(Elias Aredes Junior com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)