Análise Especial: Ricardo Moisés, Tití e a determinação de prevalecer a defesa da instituição

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Infelizmente, o jornalismo critico sofre resistência e preconceito na crônica esportiva de Campinas. Até entre  colegas de profissão. É uma pena. Deveriam entender que o jornalismo bem feito é aquele que visa o interesse público e nunca o interesse do público.

Elogios e fatos positivos não devem ser enumerados a mesmo. Dirigentes, jogadores e técnicos de um lado; jornalistas de outro. Quando o repórter assume o papel do entretenimento  perdem todos: o jornalismo, o futebol, a torcida.

O elogio, quando acontece, deve vir contextualizado. Explicado. Ah, e ao contrário do que pensa de maneira enviesada e preconceituosa alguns dirigentes, criticas não “são besteiras” e sim um caminho para reflexão e debate. Quem pensa, avança. Quem escolhe ser alienado fica no meio do caminho. É atropelado pelo bonde da história.

Fiz este gigantesco nariz de cera  para contextualizar uma atitude positiva tomada pelo presidente do Guarani, Ricardo Moisés.

Em entrevista a Rádio Central nesta quinta-feira, Moisés adotou uma postura correta em relação as atuações irregulares e instáveis do zagueiro Tití. “Eu fiquei muito feliz com as atuações do Titi. É um jovem jogador e  promissor. Ele despertou interesse de vários clubes e fez duas boas apresentações. No primeiro gol, não vejo como falha dele, mas sim uma infelicidade quando a bola foi quebrada. Estou muito feliz com as atuações do Titi, mas não deixa de ser um menino que está em evolução e vai evoluir muito”, afirmou o presidente bugrino.

Ao fazer a defesa enfática de Tití, o dirigente primeiro coloca um escudo em um garoto que é o simbolismo de anos e anos de investimento. Se hoje Tití está no time profissional é porque esteve nas categorias de base. Foi lapidado por profissionais do setor e evoluiu ao ponto de chegar ao profissional. Isso custa tempo. Dinheiro. Paciência. Dedicação. Dele e das pessoas envolvidas. O clube e seus representantes não podem esquecer.

Vocês já imaginaram se Ricardo Moisés critica o garoto em uma emissora de rádio? Se ele acompanha o discurso de nós, jornalistas e pratica um critica severa ao garoto? Seria uma incoerência brutal. Afinal, como um representante da instituição que investiu no garoto, que  acreditou nele agora diz que ele não vale nada? Não seria correto.

Quando Ricardo Moisés defende Tití ele não defende apenas um garoto de 18 anos. Ele defende o Guarani. O seu patrimônio e futuro. Merece aplausos.

E nós, jornalistas? O que devemos fazer? Dotarmos de espírito critico e analisar com rigor a produção de Tití e de outros jogadores. E exigir que no futuro o clube ofereça condições para que jovens como Tití cheguem ao departamento de futebol profissional em melhores condições na parte técnica e tática.

Torcedor deve ser apaixonado, apoiar o seu time e cobrar quando encontrar defeitos; jornalistas fazem a cobertura e analisam. E dirigentes governam. Defendem a instituição. Qualquer fato fora dessa receita é passagem para o desastre.

(Elias Aredes Junior-foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)