Análise: Guarani aumenta preço do ingresso. A diretoria quer ver mesmo o estádio lotado?

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Abençoado o clube capaz de detectar o desejo do seu torcedor. O Guarani deveria colocar tal premissa como prioridade na disputa do Campeonato Paulista da Série A-2. Estádio cheio e lotado é sinal de pressão sobre o oponente e perspectiva de vitória.

Adoto a reflexão como norma ao verificar que a diretoria decidiu cobrar R$ 40 pela entrada cheia em todos os setores. No ano passado, o valor do ingresso ficou em R$ 20 e  a média de público chegou a 3.764.

Resultado pífio e decepcionante se levarmos em conta que o Santa Cruz caiu para a terceirona com média de 4.126 torcedores ou o Goiás, pressionados de todos os lados pela torcida, e com média 6.202 torcedores.

Com bem apontou o companheiro Julio Nascimento deste Só Dérbi, uma saída seria a adesão ao programa de Sócio Torcedor, cujo os planos com valor de R$ 50 e R$ 80 dão acesso ao estádio em todos os jogos em Campinas.

Se o atual preço for mantido, em dois jogos no Brinco, o torcedor pagaria o mesmo valor do plano mais caro disponibilizado no programa.

Só existe um problema: o mecanismo não empolga o torcedor bugrino, pois o número de inscritos, de acordo com o site Futebol Melhor, da Ambev, é de 3115 participantes. Horrível.

A conjuntura exposta força a pergunta: será que a diretoria busca mesmo o estádio lotado nesta temporada? Basta refletir. A diretoria bugrina vive uma relação conflituosa com o torcedor e o único político que comanda o Brinco de Ouro tem fissuras. Horley Senna pode e deve alegar fidelidade, mas o seu ressentimento por sua saída das categorias de base é notória.

E Senna é uma pessoa influente na torcida. Que interesse teria a atual direção em transformar o estádio em um barril de pólvora em caso de revés? O aumento pode ser provocado por questão econômica? É bem provável. Só que é impossível negar os “benefícios” indiretos colhidos pelo Conselho de Administração com a medida.

Fato é que o Guarani, com a majoração dos ingressos, agrada muito mais para aqueles que desejam passar um ano sem pressão e controvérsias. E o torcedor? Como fica? Ah, esse é apenas um detalhe para os dirigentes. Infelizmente.

(análise feita por Elias Aredes Junior)