Análise Pontegate: é necessária (urgente!) uma investigação ampla, geral e irrestrita. Sem linchamento e com amplo direito de defesa

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Não se fala em outra coisa na cidade. As denúncias contra o ex-dirigente Eric Silveira e suas conversas gravadas, que comprometem integrantes da atual diretoria, detonaram um sentimento de justiça na torcida da Ponte Preta.

É preciso calma e ponderação.

Compreendo o sentimento de vingança por parte de torcedores. Só que também é verdade que a afobação poderá gerar atitudes desatinadas.

A imprensa esportiva que está agora conectada aos acontecimentos nunca, jamais poderá esquecer daquilo que aconteceu tanto na Escola Base como no Bar Bodega quando inocentes foram julgados e condenados por delegados e jornalistas e posteriormente a inocência veio á tona.

Antes de qualquer medida, é preciso aguardar o processo de proporcionado pelo Boletim de Ocorrência aberto pela ex-funcionária do Bar 1900, que demanda abertura de inquérito, tomada de depoimentos, investigação e envio para justiça realizar o julgamento. Fazer qualquer juízo de valor definitivo antes da conclusão judicial é temeroso.

Quanto a parte política, o buraco é mais embaixo. É obvio que a oposição, que controla a mesa do Conselho Deliberativo, vai para cima e não será surpresa se ocorrer a instalação de um processo de apuração. Mas esqueçam. A conotação não é política, e sim judicial.

E neste aspecto tanto José Armando Abdalla Junior como Gustavo Válio serão obrigados a convencer os conselheiros sobre dois pontos. Primeiro: eles sabiam da operação como foi dita por Eric Silveira nas conversas com Rosemeire?

Se eles não sabiam, qual a explicação que lhes foram encaminhadas? Sem base política e respaldo, a administração Abdalla irá derreter. Fato.

Agora, seria de bom grado que o Conselho Deliberativo esticasse sua fúria investigativa para outras administrações. Todas. Sem exceção.

Se existe sede de justiça que não fique pedra sobre pedra. Desde que seja assegurado o amplo direito de defesa. Linchamento virtual ou real não faz bem a ninguém. Especialmente para um clube com uma torcida tão sofrida como a da Ponte Preta.

(Elias Aredes Junior)