Foi um primeiro passo. Bem dado. Só que falta muito para alcançar o patamar ideal

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Algumas vitórias geram alegria incontrolável. Outros viram divisor de águas. Exista quem veja apenas a confirmação de suas teses. Não há como deixar de detectar que o sentimento do torcedor pontepretano é de alívio após o pênalti convertido por Pablo Dyego e que assegurou os três pontos sobre o Vila Nova por 1 a 0.

Alguns fatos são inquestionáveis. O principal é sobre o desempenho alentador nos 90 minutos. Foi a melhor apresentação da Macaca sob o comando de Felipe Moreira. Era um time com futebol nota 01 e diante da equipe goiana teve uma produção nota 05.

Se fosse um aluno seria aprovado raspando em algumas escolas e seria reprovado na maioria, em que pede nota 07. Vamos combinar que não adianta enfileirar argumentos, ideias de que o futebol apresentado nas sete rodadas anteriores era aceitável. Não era. Desfalques, suspensões…Nada justifica a incompetência de posicionar um time minimamente decente. Mas contra o Vila Nova apresentou-se um rumo. Já é alguma coisa.

Outros fatores colaboraram. Felipinho melhorou o passe a partir do meio-campo, Elvis teve uma movimentação mais ativa e os atacantes Jeh e Pablo Dyego tiveram uma futebol propositiva. O toque final, entretanto, foi o desempenho de Mailton. Rápido, inteligente e pronto a oferecer alternativas aos seus companheiros.

Só que não podemos esquecer de um detalhe fundamental: a vitória pontepretana ocorreu também pela baixa produção do time treinado por Claudinei Oliveira. Sim, palmas ao time campineiro, capaz de produzir o futebol necessário para aproveitar a conjuntura. Só que os erros de passes do Vila Nova e sua inspiração escassa na busca do ataque facilitaram e muito a vida da Ponte Preta.

O que esperar do futuro?

O que esperar da Macaca?

Essa é o ponto X. Pois esta é uma vitória que termina em si. A equipe continua com debilidades em comparação aos adversários. Atletas ainda devem um futebol consistente e o próprio Felipe Moreira tem um repertório curto. Basicamente são os seguintes expedientes: o contra-ataque puxado por Jeh a partir da bola longa de Elvis; as cobranças de falta pelas laterais para o aproveitamento na trave e os arremates de longa distância. Pense que temos 29 rodadas, sequência de jogos, lesões, suspensões e chegará a uma conclusão: é pouco. Quase nada. De incontestável o preparo físico comandado por Anderson Nicolau.

Alguns aspectos não mudaram após a conquista dos três pontos. O presidente Marco Antonio Eberlin tem apoio de alguns grupos e repulsas de outras. Uma parte da torcida ainda sente saudade da ousadia e dos gestos teatrais de Hélio dos Anjos. E a classificação, na zona intermediária, com 10 pontos, está muito longe daquilo que a Macaca sonha e pensa.

Se vencer o Mirassol, sábado, na casa do adversário, a Alvinegra vira candidata a protagonizar uma campanha intermediária. Quando afirmo tal patamar é entre oitavo e 12º lugar. Acesso? Se a humildade entrar em campo, se os jogadores, dirigentes e integrantes da comissão técnica não se considerarem donos de todas as verdades do futebol e não olharem os torcedores e debatedores de cima para baixo, um passo gigantesco terá sido dado. 

Será uma centelha de esperança E a derrota? A crise voltará com força. Mais destrutiva. Vamos acreditar de que a vida vai melhorar. Porque ficar casado com o sofrimento é frustrante demais.

(Elias Aredes Junior – Com foto de Marcos Ribolli- Pontepress)