Guarani é um time que joga ao gosto do freguês. Uma explicação para a popularidade de Carpini

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Já escrevi sobre tal tema, mas algumas ideias precisam ser contextualizadas e atualizadas. Thiago Carpini é o principal personagem do Guarani. Suas palavras são aceitas sem contestação. Os torcedores prestam apoio sem pestanejar. Um dos principais motivos é que seu estilo de trabalho, para muitos, combina com a característica histórica do clube.

Podemos citar diversos times: o campeão de 1978, o terceiro lugar de 1982 ou vice-campeonato de 1986 e o segundo lugar regional de 1988. Todos tinham como característica a busca pelo ataque, de querer envolver o adversário. No tempo de Beto Zini, o Guarani revelava atletas de destaque no setor ofensivo. Djalminha, Luizão, Robson Ponte…a lista é quase infinita!

A péssima fase iniciada neste século provocou uma mudança de perfil. Para sobreviver e adaptar-se aos tempos de escassez financeira provocados pelos rebaixamentos, o time foi obrigado a viabilizar uma série de contratações que destruíram tal DNA ofensivo.

Você concebe o encaixe de profissionais como Luciano Dias, Pintado e Marcelo Veiga, todos defensivistas se estivéssemos na década de 1970, 1980 e 1990? O torcedor involuntariamente patrocinou um divórcio momentâneo, cujos os lampejos foram com Vadão em 2009 e 2012 e com Marcelo Chamusca em 2016, dois profissionais que aplicaram metodologias ofensivas.

Carpini tem um elenco inferior tecnicamente. Falta qualidade. Mas o torcedor bugrino observa o treinador como o chefe de cozinha que, apesar dos ingredientes de qualidade mediana, quer oferecer um prato de gala e ao gosto de freguês.

Diante disso, Carpini terá seu crédito sustentado nas arquibancadas por muito e muito tempo. Quem viver verá.

(Elias Aredes Junior|)