Quando as pessoas buscam os motivos de um fracasso de uma equipe, tudo fica direcionado ao gramado. Se a equipe é ruim, pessimamente montada ou sem contra ataque, tudo explicado. Não faltam argumentos para condenar o treinador, o executivo de futebol e a própria Diretoria Executiva.
Estes motivos são enumerados para explicar o fracasso do Guarani nas duas rodadas iniciais da Série C. A derrota para o Maringá foi um show de trapalhadas e com baixa inspiração ofensiva. Em Brusque, novo vexame diante dos donos da casa, em que os atletas eram incapazes de trocar seis passes em sequência. Culpar os jogadores é fácil. Mas é bem provável que este não seja o motivo principal.
Por quê? Esse mesmo time fez uma campanha razoável no Paulistão e com vitórias emblemáticas, como diante do Água Santa por 4 a 0. Não me convenço que os jogadores são ruins e pronto. Não é assim. Eles podem produzir mais, como Nathan Camargo, a dupla de zaga e Caio Mello e até alguns sem credibilidade com a torcida, como Rafael Bilu. João Marcelo faz falta? Sim, faz. Isso não explica tudo. Basta recordar que o Alviverde venceu o Botafogo-SP e a revelação, atualmente no Atlético Mineiro, não era a estrela total do elenco.
Problema de ambiente? Relacionamentos ruins? Falta de sintonia entre Comissão Técnica e os responsáveis pelo futebol profissional? Hipóteses não faltam. O Conselho de Administração não parece ter disposição para convencer e explicar o quadro ao torcedor bugrino. Rodrigo Pastana também deveria aparecer.
Neste campeonato sem returno um jogo vale por dois. Sem atitudes práticas, algo inimaginável pode aparecer no horizonte: a quarta divisão nacional. E isso ninguém quer.
(Artigo Escrito por Elias Aredes Junior- Foto de Lucas Gabriel Cardoso/Brusque FC)