Ponte Preta e uma largada com vitória. Mas é preciso mais. Muito mais!

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A largada da Ponte Preta na Série A-2 foi com vitória. Penso que nas redes sociais, o meu amigo e jornalista Paulo do Valle resumiu com perfeição como o torcedor vai encarar cada partida. Ele disse: “Não fez nada mais que a obrigação”. Está certo. Corretissimo.

Primeiro porque a história determina o lugar de cada time na geografia da bola.

Pense.

Raciocine.

Em sã consciência, é correto pensar que um time vice-campeão de Copa Sul-Americana, com boas campanhas em Campeonatos Brasileiros e que sagrou-se medalha de prata em seis oportunidades do Campeonato Paulista merece jogar a segunda divisão de um campeonato regional?

Sim, é evidente que os atuais dirigentes vão desfilar um rosário de justificativas: a Covid atrapalhou a montagem do time, as contratações não deram certo, tem a guerra política, etc, etc. O torcedor por sua vez, não aceita nenhuma destas explicações. A Ponte Preta não deveria estar lá e pronto. E a torcida tem razão.

Evidente que o torcedor não vai abandonar a equipe.

É pulo de 10 que festas inesquecíveis serão armadas nos estádios do interior paulista e no próprio Majestoso.

Porque mais é importante do que disputar um campeonato é ser pontepretano. É viver a Macaca nas 24 horas do dia. Com bola rolando ou parada. Torcendo por craque ou em calvário com um perna de pau. Fato

Mas cada vitória será vivida como algo burocrático, arrastado, com um ponto a menos de alegria e jubilo. E as derrotas, por sua vez, terão um espinho a mais, um dor mais dilacerante. Porque a Ponte Preta é a gigante do campeonato. E um revés pode ganhar ares de humilhação dependendo da circunstância. 

Então o que fazer para construir um caminho mais tranquilo no rumo da primeira divisão? O jogo de estreia contra o Velo Clube deu boas pistas.

O primeiro tempo é o caminho para a permanência e decepção. Um time indolente, que não pulsava e não sentia as características de uma competição de divisão inferior. Tomar o gol no final do primeiro tempo foi o efeito colateral de uma atuação sem alma em alguns instantes.

No segundo tempo tudo mudou. A Ponte Preta “estreou”, fez dois gols, dominou as ações e conquistou os três pontos. Esta atuação é que deve ser a referência. Que isso seja repetido contra o São Caetano.

Para que este pesadelo termine o mais rápido possível. 

Elias Aredes Junior com foto de Diego Almeida-Pontepress