Allan Aal, um treinador impopular. Com resultados. E não é a primeira vez que o Guarani vê esse filme

0
1.221 views

Nutrir popularidade não é garantia de vitória. Ser vitima de haters não é a senha de fracasso. O futebol é o laboratório ideal para comprovar tais teses. No Guarani, então, nem fala.

Vou recordar trabalhos que se encaixam em tais perfis.

Quando foi contratado em junho de 2015, Paulo Roberto Santos chegou até com certa esperança do torcedor bugrino. Foi embora após 10 jogos e aproveitamento de 46,7%. Nem o respaldo que ele tinha em parte da arquibancada e nos meios de comunicação lhe salvaram.

O revés é verdadeiro.

Vide o que aconteceu primeiramente em 2016. Apesar de uma equipe bem montada e posicionada taticamente, Marcelo Chamusca foi contestado do começo ao fim de sua jornada no gramado no Guarani. A má vontade com ele era tamanha que após uma derrota em Mogi Mirim para o time local, torcedores pediram sua cabeça. Isso porque tinha sido o resultado negativo inicial.

Pegue a máquina do tempo e vá até 2008.

Luciano Dias, contra tudo e todos, bancou sua filosofia de trabalho, desafiou o mau humor das arquibancadas e alcançou o acesso na Série C. E isso com jogadores altamente contestados, como o armador Maicon Sapucaia. Conseguiu o objetivo.

A história novamente dá seu tranco no Guarani.

Allan Aal não é amado pela torcida.

Pelo contrário.

Só que, queiramos ou não, o time na sua mão já tem 11 pontos, tem praticamente permanência assegurada na Série A-1 e está na segunda posição do grupo D.

Perdeu dos três gigantes? Verdade. Mas perdeu com volume de jogo e pressão sobre o adversário. Se não converteu os gols é porque o elenco tem limitações a olhos vistos.

Olho para o técnico bugrino e faço associação com setores da vida. Durante anos e anos, a Imperatriz Leopoldinense dominou o carnaval carioca. Foi tricampeã de 1999 a 2001. Desfiles corretos na parte técnica. Mas não empolgava.

Não sei se Allan Aal é adepto do carnaval. Só sei que ele nitidamente abraça a mesma linha de pensamento.

Primeiro vencer.

Depois convencer.

E se der tempo emocionar.

É bom o torcedor bugrino acostumar-se. Esta é a sua nova realidade.

(Elias Aredes – Foto Thomaz Marostegan-guaranipress)