Arquibancada: Brigatti é resultado de sua competência ou da falta de planejamento?

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O título desse post não diz respeito à capacidade que o ex-goleiro da Ponte Preta certamente tem. O que deixa a torcida sempre com um olhar desconfiado é o planejamento de jogo e técnico que um time de futebol, minimamente organizado, precisa ter e nós não temos. Por isso, o texto é, de certa forma, uma continuação do Arquibancada anterior. É a prova de que os “gestores” pontepretano não conhecem do assunto e não sabem onde se meteram.

O futebol, hoje em dia, não é para amadores. Ainda tratam com o amadorismo romântico de décadas passadas onde grande parte dos jogadores atuavam por salários, que se compararmos aos de hoje, equivaleriam a um dia dos seus ganhos.

João Brigatti é mais uma atitude covarde de Sérgio Carnielli e companhia. Me parece mais com “a torcida quer Brigatti, então daremos a eles!”, lavando as mãos e se isentando de qualquer culpa. É o interino permanente. Na verdade, é o escudo da falta de planejamento e atletas de qualidades para defender um clube com as tradições e grandeza da Ponte Preta. Assistindo das arquibancadas, constatamos que os diretores não conhecem a força da torcida e o que essa camisa representa para cada um de seus seguidores. Brigatti se transformou no bombeiro da incompetência que ronda o Moises Lucarelli há anos.

Brigatti será o principal “para-raios” de críticas de analistas complacentes com Sérgio Carnielli e sua turma caso os resultados não venham.  Nas costas de um dos “interino” mais acionados do Brasil, as críticas iniciarão e findarão porque o problema da Ponte Preta se resume a técnicos! Que falácia!

Dos 21 anos de Carnielli e companhia limitada na Macaca, os últimos 15 foram total desserviços. Como diz o outro: “falo com tranquilidade”. Ele não preparou substitutos para o posto de presidente e não deixou – de maneira ditatorial – formar uma oposição que buscasse o bem da Ponte Preta.

Após o jogo contra o Sampaio Correia, fiz um desabafo no Twitter com os seguintes dizeres: “A @aapp_oficial está a Deus dará! Oito dias que o time só treinava. Mas parecia que tinham corrido duas maratonas depois de uma feijuca. Sem um líder dentro de campo, sem comando técnico, preparação física lamentável e diretoria ausente. Mesma fórmula de 2017 em 2018. Resultado?”

Recebi como resposta de um dos diretores – não vou citar o nome – do ano passado: “2017 o time chegou na final do Paulista tendo eliminado duas potências, uma delas detentora do melhor elenco do país. No Brasileiro, não foi bem mesmo, mas o elenco era bom, não deu liga.”

“Não deu liga!” “Eliminamos (mata-mata) duas potências do Brasil!”. Resumir um ano todo de trabalho em dois jogos e, pior, achar que o trabalho foi bem feito e a culpa é do acaso de “não deu liga”. No campeonato dado como prioridade por Carnielli e sua cúpula, caímos de divisão, em casa (!) com estádio cheio.

Macacada, futebol é mais que isso (dar liga). E o “presidente” Abdalla pedindo indicação de jogadores para os jornalistas na coletiva… é pra acabar ou não?

Mesmo com a queda para Série B depois da final da Sul-Americana, poderíamos ter mudado de patamar e buscado coisas maiores no futebol. Mas esse pessoal que comanda a Ponte faz questão de esquecer o feito daquele time porque ele era captaneado por um “dissidente”, Márcio Della Volpe, que peitou tudo e todos e foi buscar o título da Sula e, por muito pouco, muito mesmo, não conseguiu.

A Ponte Preta precisa disso, desse espírito, além de coragem e renovação. Ou continuaremos patinando nas mãos do coronelismo de Carnielli e ficaremos amarrados nas dívidas adquiridas por ele junto à instituição. Outra coisa: gratidão eu tenho, porém, depois do quinto ano sob seu comando, quem mais lucrou com esse “casamento” não foi a Ponte Preta.

Boa sorte a Brigatti e a todos nós!

(análise: André Gonçalves)