O que vai buscar Abdalla na presidência: Ponte Preta de paz ou Ponte Preta com guerra?

3
1.035 views

Renato Silva era jornalista único. Folclórico. Fez hinos para diversos clubes do interior do estado de São Paulo, como Ituano e Bragantino. Sua criação mais famosa é o hino oficial da Ponte Preta, feito primeiramente para ser incorporado à simbologia de uma torcida organizada. Existe na letra um verso que define a história da agremiação e sua atualidade: “Ponte Preta de paz, Ponte Preta de guerra”. São os dois caminhos colocados à disposição do novo presidente José Armando Abdalla Junior. No verso aliás, é preciso fazer adaptação: “Ponte Preta com guerra”. Afinal, ir para a guerra e conquistar é índole do pontepretano.

Se ele quiser uma Ponte Preta de paz, não bastará bons resultados dentro do gramado. Será necessário um esforço conjunto e sem tréguas para retomar o diálogo com as diversas alas políticas. E nisso está incluída as torcidas organizadas. Seria fácil eu abraçar o caminho da criminalização. Nada disso. Desprezo a hipocrisia. O fato é que, apesar de todos os problemas e defeitos, são as torcidas organizadas que ficam na linha de frente para acompanhar a Macaca pelos quatro cantos do país. Juntamente com os militantes e participantes do programa de Só Torcedor são participantes ativos. Não podem ser desprezados.

A Ponte Preta de paz será construída com o diálogo e conversas de alto nível com a oposição. Não, não é adesismo. Pelo contrário. É ter disposição de ouvir, trocar ideias, saber a hora de ceder em nome do bem comum. Exemplo claro: Marcos Garcia Costa, Lauro Moraes e Peri Chaib,ex-presidentes e dirigentes históricos da Alvinegra, estão afastados do dia a dia.

O que justifica tamanho descalabro? Só um exemplo: Romildo Bolzan Junior contabiliza os títulos da Copa do Brasil e da Libertadores e nem por isso deixa de ouvir o seu mentor político, Fábio Koff, acima dos 80 anos.

A Ponte Preta será um lugar de paz se a torcida tiver segurança que os responsáveis pelo departamento de futebol serão cobrados. Ok, muitos queriam a saída de Gustavo Bueno e Eduardo Baptista. Já que permaneceram, que Abdalla exerça o poder de maneira sábia, com atenção às contratações, desempenho e resultados. E tome as medidas necessárias.

Encontrar-se disponível para esclarecimentos aos veículos de comunicação é outro atributo necessário na busca da paz. Não para agradar jornalista A, B ou C, e sim para esclarecer e fomentar o debate da opinião pública com informações confiáveis. Já seria uma arma e tanto para evitar boatos e especulações nas redes sociais.

Por maior que seja a discordância com a atual direção, nenhum pontepretano quer viver quatro anos em estado de guerra. Todos desejam conquistas, títulos, jogadores de renome e o Majestoso lotado. Em todos os jogos. Então como evitar uma Ponte Preta com guerra? Basta esquecer boa parte daquilo que foi feito no atual mandato e que culminou com o rebaixamento e a a saída de dirigentes. Já será um passo gigantesco. Creia.

(análise de Elias Aredes Junior)

3 Comentários

  1. Nem uma coisa nem outra Elias. A gestão de Abdalla será amorfa, assim como foram a dos outros que se prestaram ao papel de serem simples serviçais. Afinal com o reizinho é assim: ou você me obedece ou é meu inimigo.