Sem dar brecha, Ponte Preta foge dos sete pecados capitais na Série A-2. Vai resistir até o final?

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São cinco vitórias em cinco rodadas. Aproveitamento de 100%. A campanha da Ponte Preta comove sua torcida. Produz riso, lágrimas de alegria e catapulta a arquibancada para mais momentos de felicidade. É impossível ficar indiferente a um desempenho tão avassalador. 

O técnico Hélio dos Anjos formou um time que junta técnica, força e velocidade. Elvis é o representante do futebol em estado bruto. Felipe Amaral e Léo Naldi formam uma dupla que demonstra os lampejos do futebol atual, forjado no dinamismo. E Jeh, com seu faro de gol, é a alavanca que destrói defesas e arrebenta com o ceticismo dos incrédulos. 

Nestas horas de céu de brigadeiro é preciso ter visão de futuro. Enxergar as armadilhas e pegadinhas do destino. Quem está no topo hoje pode cair amanhã. Aquele que navega em águas em uma hora pode enfrentar obstáculos inesperados no segundo subsequente. O que fazer? Como se preparar?

Nem os ateus e agnósticos são capazes de contestar a força e o poder da Bíblia Sagrada e do Cristianismo. É a Palavra de Deus. Nua e Crua. Seus livros são capazes de proporcionar redenção ao homem e encaminhar conselhos que servem para toda a vida. Não está excluído o mundo do futebol.

Não existe nada mais atual do que os sete pecados capitais. São, antes de tudo, fraquezas humanas, bombas programadas para destruir a nossa alma e dinamitar sonhos. O jogador de futebol não vive em um mundo à tarde. Pode parecer que não, mas os sete pecados capitais estão presentes nos vestiários, no gramado, em cada ambiente frequentado por jogadores, dirigentes e comissão técnica. É só perceber e nutrir a sensibilidade de dizer não. Tudo isso para que o sonho do acesso não seja atrapalhado. 

O futebol, por exemplo é o celeiro da soberba. Um pecado que pode ser definido como a pessoa que tem o orgulho excessivo. É quando a pessoa tem dentro de sai a tendência de se considerar melhor do que as outras pessoas.

Pessoas soberbas são vaidosas, que pensam e agem como se estivessem acima de tudo e de todos. Tudo deu certo na Macaca até o momento porque foi praticado o oposto da soberba, a humildade. Ninguém até agora se apresentou como maioral. Nem Elvis. Todos têm consciência de que isso é fundamental para alcançar o olimpo. 

Também é preciso evitar a  avareza, que é a ganância, o apego excessivo aos bens materiais e ao dinheiro. Lógico que jogadores e técnicos trabalham para evoluírem na carreira. Sonham com montanhas de dinheiro. Só que este não é momento. Cifras devem passar longe do Majestoso. Os jogadores devem continuar apenas com a meta de levar o time à divisão principal do futebol paulista. O resto vem naturalmente. Inclusive o dinheiro. 

Existem também pecados gerados pelo comportamento. E nada é mais perigoso do que a inveja. A inveja nada mais do que  a tristeza pelo bem de outra pessoa. O invejoso é aquele que se sente mal pelas conquistas alheias, e é  incapaz de ficar feliz pelos outros, como se a vitória da outra pessoa representasse uma perda pessoal. Quantas equipes viram tudo desabar porque determinado jogador não suportava o sucesso do companheiro!? Se excluído e muitas vezes sequer comemorava a vitória do seu próprio time porque não suportava o brilho alheio. Hélio dos Anjos, como alguém experimentado no mundo da bola, vai saber lidar com isso.

Hélio dos Anjos sabe e reconhece que a Série A-2 é um prato cheio para confusões e catimba. Jogos disputados e com provocações. É nessa hora que os atletas devem fazer de tudo para evitar o pecado da ira, que é uma manifestação intensa de indignação que pode levar a agressões verbais ou físicas. Paciência é o caminho para evitar cartões vermelhos e amarelos desnecessários e que podem virar uma barreira indesejável. 

Você pode estar pensando: aqueles que comandam um time de futebol devem se preocupar com os atletas caso queiram cair na farra da luxúria.O pecado tem relação busca excessiva do prazer sexual. E mesmo nos dias de hoje, mesmo com toda a informação disponibilizada, atletas de futebol ficam abraçados a luxúria desenfreada, perdem rendimento no gramado e colocam tudo a perder. Não, não é questão de condenar comportamentais sexuais. O casamento está aí para provar que condutas avalizadas por Deus só são saudáveis quando a pessoa não quer. O papa Francisco já definiu de modo sublime o relacionamento do homem com o sexo. “A Igreja condenou os prazeres desumanos, grosseiros, vulgares, mas por outro lado sempre aceitou os prazeres humanos, sóbrios, morais. O prazer vem diretamente de Deus, não é católico, nem cristão, nem nada parecido, é simplesmente divino”, disse o papa em setembro de 2020.

Tudo deve ser feito com equilíbrio e assim fugir da gula, que associado de comer e beber de maneira exagerada, para além das necessidades. O oposto da gula é a moderação. E tudo isso é colocado á prova nos dias de folga dos jogadores. Afinal, do que adianta treinamentos, planejamentos esmerados em relação a forma física dos jogadores, se o atleta vai e em uma saída de confraternização não tem limites para a bebida alcoolica e comilança? Do que adianta o esforço da comissão técnica para colocar tudo mundo em forma? Pois é. 

E é possível cometer um deslize dentro do gramado e que esteja dentro do aspecto moral? Simples: a preguiça. Em uma definição direta preguiça é a  falta de vontade ou de interesse em atividades que exijam algum esforço, seja físico ou intelectual. Ou falta de ação.

Resumo: não se pode admitir falta de ânimo na Série A-2. É preciso disputar cada palmo de chão, tentar retomar a bola como se fosse o fato mais importante naquele momento. 

Por enquanto não há nenhum sinal de que esses pecados estejam sendo cometidos por qualquer personagem envolvido no cotidiano. É bom ficar esperto. Afinal de contas, são pequenas pedras que provocam grandes estragos. 

Elias Aredes Junior com foto de Karen Fontes/pontepress