Futebol é ponto de vista. Este conceito reverbera nas discussões e redes sociais. E nada retrata melhor este panorama do que o acerto do volante Deivid com a Internacional de Limeira.
Típico volante marcador, de passe curto, mas com dedicação pelos quatro cantos do gramado, Deivid vai sair pela porta da frente. Tem 67 jogos com a camisa do Guarani. Na Série B de 2019, entrou em campo em 25 dos 38 jogos da equipe. Era titular absoluto de Thiago Carpini.
Como explicar seu protagonismo? Como o Alviverde atuava de modo compacto e com proximidade entre os atletas, um atleta como Deivid era essencial para cortar as tramas dos oponentes e iniciar a jogada de maneira cadenciada, com a preocupação de evitar o erro. Não se preocupava em fazer gols ou entrar na área. Era o clássico carregador de piano. E que entrou em campo outras 14 vezes no Campeonato Paulista, deste ano, sempre com Carpini.
Deivid entrou em campo por 18 vezes na atual Série B. Poderia ser mais. Não foi. Especialmente após a chegada de Felipe Conceição.
Não cabe acusação de má vontade da comissão técnica. Ele simplesmente não se encaixa na filosofia. E isso não lhe deixa pior ou melhor em relação aos companheiros. Ele só não tem capacidade de exercer a função de um volante na metodologia de Conceição.
Com o novo trabalho, um volante é um jogador 60% do tempo encarregado de marcar mas com funções ofensivas. O primeiro passe ora é mais alongado de modo vertical e outros instantes encarrega-se da virada de jogo para quebrar a linha adversária.
É exigido o mínimo de percepção aguçada para exercer tal função. Marcelo e Bruno Silva têm limitações, mas exibiram aptidão para cumprir as tarefas. E posso apostar: novas contratações serão feitas para contemplar tais tarefas.
Que Deivid tenha êxito na sequência na carreira. E que o torcedor bugrino saiba: a metodologia de trabalho mudou. E as consequências serão sentidas no planejamento para 2021.
(Elias Aredes Junior)