Guarani e uma única verdade: atitudes solitárias não resolvem um problema coletivo

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Em uma atitude positiva, o presidente do Guarani, Ricardo Moisés, participou na segunda-feira da entrevista coletiva logo após a derrota para o Operário no Brinco de Ouro. Sim, devemos elogiar porque tal postura é totalmente oposta ao que verificou em quase toda sua gestão, quando entregava o técnico de plantão aos leões.

Mas ele escorregou nas palavras. Disse o presidente: “Em primeiro lugar, quero pedir desculpas à nação bugrina, pelo momento que estamos vivendo. É uma situação inaceitável e não vão faltar esforços por parte da diretoria, do departamento de futebol e nem dos jogadores para tirar o clube dessa situação. É inaceitável. Quando eu assumi o Guarani também estava na zona do rebaixamento, tínhamos ali inúmeras dificuldades, inclusive dificuldades financeiras e são nestes momentos de adversidade, nestes momentos de dificuldades onde eu sou mais forte, onde eu tiro forças para reverter esta situação. Pode confiar porque tem gente séria trabalhando e a gente vai mudar esta rota e resgatar as vitórias que a torcida do Guarani merece”.

Ricardo Moisés é coerente ao pedir desculpas ao torcedor bugrino. Sim, porque se o Guarani vive tal drama é por decisão direta do clube, tanto ao autorizar as contratações de Michel Alves, como pela lentidão de escolher o substituto de Daniel Paulista. Agora, ajuda muito pouco Ricardo Moisés assumir que só ele pode tirar o clube deste quadro. Mais: ao assumir que o Guarani só vai se salvar pelas suas mãos, o dirigente tenta tirar toda a responsabilidade das costas de Michel Alves, o responsável direto pela montagem do atual elenco.

Durante a coletiva, o dirigente também afirmou que apostou na qualidade do elenco devido a avaliação da comissão técnica anterior comandada por Daniel Paulista. Ricardo Moisés só esqueceu de um detalhe: quem tem o orçamento nas mãos é ele e Michel Alves. Técnico pode, no máximo, sugerir mas a decisão é de quem tem os recursos na mão.

Apesar de bem intencionada, as declarações de Ricardo Moisés pecaram pelo voluntarismo. Deveria entender que somente com a participação de toda a comunidade bugrina é que o time terá chance de sair do buraco.

O momento é de serenidade, participação e aglutinação. O Guarani não é de uma pessoa. Nem depende de um salvador da pátria. O Guarani é de todos.

(Elias Aredes Junior-Foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)