A missão do fã de futebol em Campinas, em São Paulo e no Brasil: sair da bolha!

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A Copa do Mundo serve para medirmos nosso estágio no futebol e detectarmos problemas. Ser eliminado pela Bélgica nas quartas de final fez a torcida brasileira entrar em transe. De negação da realidade. Ou achar que é isso aí mesmo e que está de bom tamanho.

Nada de cobranças sobre as decisões do treinador. Ignora-se os equívocos na convocações, as meninices do camisa 10 e vida que segue. E ai do jornalista que ousar fazer o seu serviço e colocar o espírito crítico em primeiro lugar. Será incinerado em praça pública.

Ao contrário dos mundiais em que vencemos, cujo espírito crítico era presente na imprensa, dessa vez uma nuvem entorpecente de otimismo e alienação deu o ar da graça. Aprovação ampla, geral e irrestrita da torcida. Sem problemas. Só soluções.  Só vencer e nada mais.

Fatos avassaladores e capazes de gerar uma reflexão sobre aquilo que ocorre no meu cotidiano.

Quantas vezes faço análises que desagradam torcedores de Ponte Preta e Guarani e que geram uma saraivada de ataques. Gente sem noção e apenas com um discurso na ponta da língua: o profissional é “do contra”, “você não pode falar porque isso dói”, “fale somente do lado positivo”, entre outros clichês.

Vivem em uma bolha. Isolados. Clubes anteriormente protagonistas hoje vivem de luzes esporádicas. Não há continuidade. Não existe cuidado com melhoria da infra-estrutura.

Demorei a entender que esta bolha ou mundo virtual vivido no futebol campineiro é um reflexo do modo como é vendido o futebol brasileiro aos torcedores.

Corrupção, falcatruas e desmandos na CBF e nos clubes grandes  indo para debaixo do tapete. Tudo em nome do entretenimento. Ou para não “desagradar” o torcedor.

Quando a situação fica insustentável conta-se uma piada e tudo fica bem. O barco afunda a olhos vistos. Na Seleção, no clube da capital e em Campinas. O que interessa é sustentar a anestesia.

O futebol campineiro só irá mudar quando for alterada a maneira como o torcedor brasileiro cobra e entende o seu clube e a Seleção.

(análise feita por Elias Aredes Junior)